EUA e UE criticam retirada do estatuto diplomático da Noruega perante Autoridade Palestiniana

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O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, disse em conferência de imprensa que a Noruega possui "uma ampla história desempenhando um papel produtivo" de mediação com o Governo de Israel e as autoridades palestinianas, fornecendo como exemplo os Acordos de Oslo de 1993.

"Julgamos ser importante que prossigam com capacidade de desempenhar esse papel ao falar tanto com a Autoridade Palestiniana como com Israel. Não cremos que sejam particularmente úteis as medidas para evitar que desempenhem esse papel", disse.

Israel anunciou hoje a retirada do estatuto diplomático aos representantes da Noruega perante a ANP, em resposta a medidas "unilaterais e anti-israelitas" do Executivo norueguês, como o reconhecimento do Estado palestiniano.

A embaixada da Noruega em Israel acolhe um grupo de oito diplomatas noruegueses, cujas funções consistiam em representar o seu país perante a Autoridade Palestiniana, que governa em zonas restritas da Cisjordânia, e que as instâncias internacionais reconhecem como interlocutor legítimo do povo palestiniano, na sequência dos Acordos de Oslo, nunca cumpridos na generalidade por Israel.

O Governo da Noruega qualificou de "ato extremo" a retirada do seu estatuto diplomático, que afetará a sua capacidade de "ajudar a população palestiniana", e acusou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de trabalhar "de forma ativa contra a solução dos dois Estados".

A Noruega, juntamente com a Irlanda e Espanha, reconheceu em 28 de maio de forma unilateral o Estado palestiniano, originando divisões sobre a questão no interior da União Europeia (UE), e suscitando ameaças de represálias por parte de Israel.

Também hoje, o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, condenou a revogação "injustificada" do estatuto diplomático dos representantes da Noruega junto da ANP.

"Condeno fortemente esta decisão injustificada, que contradiz o espírito dos Acordos de Oslo e perturba de forma desproporcional as relações e a cooperação normais com a Autoridade Palestiniana", disse Borrell em comunicado.

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