EUA preparam financiamento militar para Filipinas face a tensões com China

2 meses atrás 71

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o secretário da Defesa, Lloyd Austin, visitaram o Presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., que reforçou a aliança entre Manila e Washington, numa altura em que as hostilidades entre as forças filipinas e chinesas se intensificaram no disputado mar do Sul da China.

Marcos elogiou as linhas de comunicação "muito abertas" entre os dois países, de modo a que a aliança e questões relativas ao mar do Sul da China e à região do Indo-Pacífico "sejam continuamente examinadas e reexaminadas para que sejamos ágeis em termos das nossas respostas".

Blinken afirmou que "os compromissos de alto nível entre os países abrangem toda a gama de questões e oportunidades que os unem, não só em termos de segurança, mas também económicos".

Marcos tem sublinhado a necessidade de uma presença militar dos EUA para a estabilidade e a paz na Ásia.

Na semana passada, Filipinas e China chegaram a um acordo temporário para evitar incidentes como o violento confronto entre as respetivas forças, em 17 de junho, no Atol Segundo Thomas, disputado pelos dois países.

No sábado, as forças filipinas transportaram abastecimentos e novo pessoal da marinha para o atol, que tem sido vigiado de perto pelas forças chinesa, mas, pela primeira vez, não foram registados confrontos.

As Filipinas vão continuar a reforçar a defesa territorial com a ajuda norte-americana e de outras potências militares e a construir novas alianças de segurança, declarou o embaixador filipino nos Estados Unidos, Jose Manuel Romualdez.

"O reabastecimento e a rotação sem confrontação são puramente temporários. A República Popular da China não vai parar e nós também estamos determinados a isso", disse Romualdez, citado pela agência de notícias Associated Press.

Os 500 milhões de dólares (462 milhões de euros) em financiamento militar dos EUA a serem anunciados por Austin em Manila vão incluir fundos para vários equipamentos da marinha filipina.

Cerca de 125 milhões de dólares (115 milhões de euros) vão ser usados para construções e outras melhorias em áreas dentro das bases militares filipinas a serem ocupadas pelas forças dos EUA sob o Acordo de Cooperação de Defesa Reforçada de 2014, disse Romualdez, acrescentando que os fundos foram aprovados com apoio do Congresso dos EUA.

O financiamento militar dos EUA pode duplicar no próximo ano "dependendo da capacidade de o absorver", indicou.

O progresso nas negociações sobre um pacto militar proposto, o Acordo de Segurança Geral de Informações Militares, também estará no topo da agenda das conversações entre Austin e o secretário de Defesa das Filipinas, Gilberto Teodoro Jr., disse.

O acordo, que Washington forjou com outros países aliados, permitiria que os EUA fornecessem às Filipinas informações de alto nível e armas mais sofisticadas, incluindo sistemas de mísseis.

No encontro com Blinken e Austin, Marcos aludiu às intensas questões políticas nos Estados Unidos antes das eleições presidenciais de novembro.

"Estou um pouco surpreendido tendo em conta o quão interessante a vossa situação política nos Estados Unidos se tornou, mas estou contente por terem arranjado tempo para nos visitar", disse Marcos.

No ano passado, Marcos aprovou a expansão da presença militar dos EUA em mais quatro campos militares ao abrigo do acordo de 2014 e os maiores exercícios de guerra entre as forças filipinas e norte-americanas foram realizados, sob a sua administração, no país. A China afirmou que o aumento da presença das forças norte-americanas ia colocar em risco a paz e a segurança regionais.

O Governo filipino afirmou que tem o direito de agir para salvaguardar os interesses territoriais e de segurança do país.

Ler artigo completo