EUA "profundamente preocupados" com "horrível incidente" em escola de Gaza

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"Os nossos corações estão com as famílias daqueles que perderam os seus entes queridos, e rezamos por uma rápida recuperação daqueles que ficaram feridos", afirmou o porta-voz adjunto do Departamento de Estado norte-americano, Vedant Patel.

De acordo com as autoridades israelitas, dentro da escola Al-Tabin havia "terroristas" infiltrados, tendo Israel estimado em 31 o número de membros do movimento islamita palestiniano Hamas e da Jihad Islâmica mortos no ataque, enquanto as autoridades de saúde de Gaza apontam para perto de 100 vítimas mortais.

"Condenamos e lamentamos qualquer tentativa dos terroristas de se esconder entre civis, dentro de instalações protegidas ou por debaixo delas. Isso tem de parar", sublinhou o porta-voz da diplomacia norte-americana, acrescentando, contudo, que tal não isenta Israel do "imperativo moral" de tomar "todas as medidas possíveis" para minimizar o seu "impacto" sobre os civis.

Por último, Patel recordou que os Estados Unidos apoiam o direito de Israel a defender-se e "eliminar os terroristas do Hamas", ao mesmo tempo que procuram "responsabilizar" aqueles que estiveram envolvidos no ataque do grupo islamita em território israelita a 07 de outubro do ano passado.

Questionado sobre as declarações do Hamas, que colocou em dúvida a sua participação na ronda de negociações agendada para a próxima quinta-feira, Patel disse que Washington tem conhecimento delas, mas espera que a reunião se realize.

"Na nossa opinião, está na altura de o Hamas libertar os reféns, que, como todos sabem, incluem cidadãos norte-americanos, e providenciar alívio ao povo da Faixa de Gaza em virtude desse acordo, que continua em cima da mesa", afirmou.

Patel indicou que o Qatar e o Egito pressionaram o Hamas a aceitar um cessar-fogo em Gaza.

"Cremos que se avançou, mas temos de concluir este acordo", sublinhou, acrescentando que um pacto entre as partes "é possível".

Os Estados Unidos, o Egito e o Qatar instaram esta semana o Governo de Israel e o Hamas a retomar "urgentemente" as negociações, convocando-as para 15 de agosto em Doa ou no Cairo, para tentar fechar um acordo, argumentando que "não há tempo a perder, nem podem ser dadas desculpas para novos atrasos".

Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.194 pessoas, na maioria civis.

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 111 dos quais permanecem em cativeiro e 41 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.

A guerra, que hoje entrou no 311.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 39.897 mortos e 92.152 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros após mais de dez meses de guerra, de acordo com números atualizados das autoridades locais.

O conflito causou também mais de dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

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