O mercado vai colocando cada vez mais o foco nos cortes de juros que aí virão, apontando já à primeira metade do ano face a uma inflação que recuou de forma assinalável nos últimos meses, estando atualmente em 3,1%.
A Reserva Federal norte-americana deixou tudo inalterado na reunião de política monetária de dezembro, tal como era esperado face ao recuo da inflação nas leituras mais recentes. O mercado dava como certo esta opção de manter os juros diretores entre 5,25% e 5,5%, começando já a perspetivar cortes no início do próximo ano, uma expectativa que a Fed tentará acalmar no discurso de Jerome Powell.
A reunião desta quarta-feira não trouxe novidades para a política monetária norte-americana, que continua a ter como objetivo a chamada ‘aterragem suave’ de que o presidente do organismo, Jerome Powell, tem falado nos últimos meses. Com a inflação a recuar a olhos vistos e o crescimento no terceiro trimestre a chegar a 3%, esta parece uma hipótese bastante real.
A luta contra a inflação parece estar em vias de ser ganha, levando o mercado a olhar agora para a normalização esperada da política monetária, que passará por cortes de juros. Nas mais recentes previsões da Fed, o gráfico relativo às expectativas dos membros do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC, em inglês) apontava a dois cortes na segunda metade do próximo ano, mas Jerome Powell tem procurado afastar essa discussão.
A leitura mais recente da inflação medida pelo índice de preços no consumidor (IPC) indica 3,1% em novembro, a taxa mais baixa em cinco meses, o passo que o índice de preços com gastos pessoais de consumo (PCE), o indicador de referência da Fed para avaliar a pressão nos preços, recuou para 3% em outubro, um valor não visto desde março de 2021.
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