Ex-comandante militar defende que Ucrânia pode ajudar a modernizar a NATO

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Atualmente embaixador no Reino Unido, Zaluzhny afirmou que "se queremos a vitória da Ucrânia, ou pôr fim à guerra na Ucrânia para obter segurança, a Ucrânia deve aderir à NATO e então a NATO torna-se um garante da segurança da Ucrânia, incluindo para a recuperação posterior". 

O general argumentou, durante um evento no centro de estudos Chatham House, que esta adesão pode beneficiar a Aliança Atlântica porque "a guerra mudou", afirmando acreditar que a Ucrânia, "como mais ninguém, pode reforçar a NATO".

"Não vai haver uma guerra do modelo de 1953, a Guerra da Coreia. Terminou no verão de 2023, na Ucrânia, quando dois exércitos profissionais, com mais de um milhão de efetivos, se enfrentaram no campo de batalha (...) no momento em que os robôs entraram no campo de batalha", explicou Zaluzhny, numa referência ao crescente uso de drones pelas forças armadas ucranianas.

"Os generais do Ocidente riram-se de mim. Mas em 2024 as tecnologias entraram no campo de batalha", continuou, alertando para a falta de atualização da NATO.

O diplomata avisou que o atual modelo de segurança internacional "baseia-se em armas e porta-aviões caros, mísseis muito caros, aviões de combate" e que "não é possível, numa grande guerra, produzi-los em grande escala". 

"A eficiência vai diminuir (...) e a futura segurança global não será mantida por este meio", salientou.

A intervenção de Valery Zaluzhny realizou-se no mesmo dia em que o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu em Bruxelas "um sinal" para a população ucraniana, por exemplo, um convite para fazer parte da NATO, argumentando que "essa esperança" vale tanto quanto o armamento de que o país necessita.

"Se recebermos esse sinal, vamos sentir que não estamos sozinhos", disse Zelensky, em conferência de imprensa, após participar numa reunião do Conselho Europeu, na capital belga.

Depois de o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) ter dito na quarta-feira que ainda não é o momento para fazer um convite para a Ucrânia aderir à Aliança Atlântica, Zelensky insistiu hoje nesse ponto, um dos cinco que compõem o seu "plano para a vitória" para derrotar a Rússia no conflito iniciado em fevereiro de 2022.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

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