Executivo não dá garantias de resolver "problemas fundamentais", diz PCP

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Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, pouco depois de ser conhecida a composição do novo executivo, o deputado do PCP considerou que "o conhecimento da composição do Governo PSD/CDS confirma as preocupações que o PCP tem vindo a manifestar".

"O Governo ainda não iniciou funções, mas nós conhecemos o programa dos partidos que o integram e conhecemos também o perfil político das personalidades que foram escolhidas", alertou.

António Filipe defendeu que este "não é um Governo que dê garantias de vir resolver aqueles problemas fundamentais com que os portugueses se confrontam".

"Pelo contrário, é um Governo cujo perfil tudo indica que irá corresponder à submissão aos interesses de Portugal aos da União Europeia e da NATO e que, quanto à resolução dos problemas nacionais, designadamente o reforço necessário dos serviços públicos, não há muito a esperar deste Governo", criticou.

O deputado e dirigente comunista disse também tratar-se de um executivo "muito ligado aos interesses dos grupos económicos" e "causa grandes preocupações relativamente ao futuro do Serviço Nacional de Saúde, da educação pública e dos salários e direitos dos trabalhadores portugueses e dos reformados".

"É com grande preocupação que vemos a formação deste Governo e que contará certamente, da parte do PCP, com uma firme oposição", disse, garantindo que o PCP vai "lutar para que as promessas que foram feitas durante a campanha eleitoral sejam cumpridas, designadamente no que se refere aos profissionais de saúde, da educação, das forças e serviços de segurança".

E também para que "o desejo dos portugueses de ter melhores serviços públicos, melhores condições de vida e melhores salários é um objetivo que continua em cima da mesa".

António Filipe referiu igualmente que "em todos os governos tem havido personalidades que não estão diretamente ligadas à atividade partidária, mas são pessoas cujo perfil está obviamente consonante com aquilo que são as orientações políticas do PSD e do CDS".

E considerou que "não é de esperar que essas personalidades que se diz mais ligadas à sociedade civil imprimam à atividade governativa uma orientação diferente daquela que é a orientação do PSD e do CDS".

O Presidente da República aceitou hoje a lista de 17 ministros proposta pelo primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, para o XXIV Governo Constitucional. 

A posse dos ministros do XXIV Governo Constitucional está prevista para terça-feira e a dos secretários de Estado para sexta-feira.

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