Face a "ameaça direta". Moscovo quer expandir manobras militares com aliados da Ásia

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Shoigu falava numa reunião da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), um grupo de segurança que inclui Rússia, Índia, China, Irão, Paquistão, Cazaquistão, Uzbequistão, Quirguistão e Tajiquistão.

Creio que todos os presentes partilham a opinião de que a instalação de infraestruturas militares na região por parte dos Estados Unidos e dos seus aliados é inaceitável”, afirmou Shoigu, num encontro da organização que está a decorrer em Astana, capital do Cazaquistão.

“Tais intenções devem ser consideradas como uma ameaça direta à estabilidade no espaço da OCX”.

Sergei Shoigu realçou que “os países membros da Organização de Cooperação de Xangai devem alargar o âmbito e a geografia dos seus exercícios militares”.

No discurso, o governante sublinhou a intenção da Rússia de reforçar os laços militares com os parceiros na Ásia e resistir a qualquer erosão da sua influência no continente, apesar das intensas exigências impostas ao seu exército pela guerra que trava há mais de dois anos na Ucrânia.
A nível interno, a posição de Shoigu está a ser alvo de um escrutínio maior do que o habitual após a detenção de um dos seus adjuntos esta semana num escândalo de suborno, um desenvolvimento que ameaça enfraquecê-lo politicamente.
No discurso, Shoigu acusou os blocos QUAD (Estados Unidos, Japão, Austrália e Índia) e AUKUS (Austrália, EUA e Reino Unido), ambos liderados por Washington, de tentarem remodelar a estrutura de segurança no Pacífico para se servirem e afirmou que estava a ser exercida uma pressão crescente sobre a China relativamente a Taiwan.

Para Shoigu, a principal ameaça na Ásia Central provém de “grupos terroristas radicais localizados no Afeganistão”. Os Estados Unidos estão a trabalhar para restaurar a influência na região, que perderam após a retirada das suas tropas do Afeganistão em 2021.

Os militantes do Estado Islâmico reivindicaram a responsabilidade pelas mortes de mais de 140 pessoas numa sala de concertos perto da capital russa, no mês passado, e os Estados Unidos disseram que foi a rede afegã do grupo que planeou o ataque. No entanto, o ministro russo da Defesa repetiu a afirmação de Moscovo de que a Ucrânia estava por detrás do ataque, uma alegação que Kiev negou e que Washington diz ser absurda.

Sem apresentar provas para sustentar as afirmações, Shoigu acusou conselheiros estrangeiros de estarem a ajudar Kiev a preparar atos de sabotagem em território russo e que a Ucrânia estava a usar armas ocidentais para atacar infraestruturas civis russas.

c/ agências

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