O organismo entende que, no ano final do programa, a produtividade deverá crescer apenas 2,0%, “pouco acima” do valor de 1,7% projetado pelo Partido Socialista para 2027 e que existe também um “excesso de optimismo no emprego”.
O programa da Aliança Democrática (AD), denominado por “Reformar a Economia para pôr Portugal no Pelotão da Frente”, não recolhe uma boa impressão do Fórum para a Competitividade que deixa várias críticas ao mesmo, na sua nota de conjuntura divulgada esta sexta-feira, 2 de fevereiro.
O organismo começa por destacar o segmento da produtividade que, no ano final do programa, deverá crescer apenas 2,0%, “pouco acima” do valor de 1,7% projetado pelo Partido Socialista para 2027. “Aliás, as projecções da AD sobre esta variável são sempre inferiores às dos socialistas, ainda que estes não tenham medidas que justifiquem as suas projecções”, pode ler-se na nota.
Considera o organismo que uma parte excessiva do crescimento previsto pela Aliança Democrática para 2028 (3,4%) provém do aumento do emprego (1,4%), que é estimado expandir-se a taxas próximas desta, o que no entender do Fórum para a Competitividade constitui um problema significativo.
“Era preferível que o crescimento do PIB potencial fosse muito mais dependente do aumento da produtividade do que da subida do emprego; o crescimento previsto do emprego parece excessivo, dada a fraca natalidade das últimas décadas; o nível muito elevado actual de emigração, que deverá ser difícil de reverter de forma significativa no curto prazo; os limites à atracção de imigrantes, sobretudo pelas graves carências de habitação, que também demorarão bastante tempo a corrigir”, indica o comunicado.
Por outro lado, o organismo entende que um tão forte aumento do emprego “não parece um objetivo muito razoável” e reduzir a taxa de desemprego para 5,0% é visto como um “excesso de optimismo no emprego”.