Nos primeiros nove meses do ano, o impactado negativo da Argentina e a saída dos mercados de Brasil e Portugal ditou a redução do negócio – que em Espanha cresceu 5%. Lucros não foram divulgados.
A cadeia Dia fechou o exercício dos primeiros nove meses do ano um volume de negócios líquido de 4.776 milhões de euros, 12,6% inferior ao registado no mesmo período do ano passado. A descida resulta da venda dos negócios que a empresa nos últimos meses: a Clarel, as lojas em Portugal e os negócios no Brasil. Além disso, inclui a aplicação da norma contabilística IAS29, aplicada quando uma empresa tem negócios expostos a mercados hiperinflacionados como a Argentina.
Tomando apenas a atividade que mantém em operação, que se limita à Espanha e à própria Argentina, o volume de vendas foi de 4.069 milhões, quase 1% menor, pressionado pelo desempenho do seu já único mercado internacional. O negócio argentino caiu 16,6% entre janeiro e setembro, queda que se acentuou no terceiro trimestre com uma derrapagem nas vendas líquidas de 39,4%. A cadeia aponta para um “contexto macroeconómico complexo” naquele país, com “quedas acentuadas no consumo”, que se situa em 17% entre julho e setembro, citando dados da consultoria Scentia. A empresa reflete que a inflação caiu “significativamente” no terceiro trimestre, por isso espera “uma recuperação da atividade económica e do consumo” a partir do final do ano, refere comunicado ao mercado.
O desempenho na Argentina arrastou as vendas totais no terceiro trimestre para uma queda de 21%, neutralizando assim o avanço na Espanha, onde a Dia melhorou suas receitas em 4,2%, para 1.112 milhões, como enfatiza o jornal espanhol “Cinco Días”. Nos nove meses do ano, o aumento está próximo de 5%, para os 3,161 milhões, sempre em comparação com o perímetro comparável de há um ano atrás e, portanto, sem levar em conta as atividades em que se desinvestiu.
“No ambiente de baixa inflação de alimentos verificado durante o terceiro trimestre, a Dia conseguiu impulsionar as suas vendas graças ao crescimento dos volumes”, explica a empresa sobre a sua evolução no mercado doméstico. “Esses resultados, acima do mercado, permitiram que a cadeia Dia ganhasse quota de mercado numa base comparável nos últimos trimestres”, acrescenta.
“O terceiro trimestre do ano nos permitiu vincular dois anos e meio consecutivos de crescimento em vendas comparáveis na Espanha e continuar a ganhar quota de mercado em áreas comparáveis na Espanha e na Argentina”, disse o CEO da Dia, Martín Tolcachir, em comunicado. “O forte desempenho na Espanha destaca o sucesso da transformação total do negócio”, acrescenta o documento.
A empresa não divulgou os lucros até ao terceiro trimestre. No primeiro semestre do ano, a cadeia acumulou um prejuízo líquido de 94 milhões de euros devido ao impacto negativo da saída do Brasil.