Famalicão-Sporting, 0-1 (crónica)

5 meses atrás 57

Quem quer ser campeão, tem de passar por jogos destes. Sofridos. E não tão espetaculares.

Em Famalicão, Pedro Gonçalves teve a fama.

O leão tirou, por fim, o proveito total de nova visita a Norte, numa noite difícil.

E o Sporting deu um passo gigante rumo ao título.

Depois da goleada confortável em Barcelos, na sexta-feira um golo de Pote, aos 20 minutos, foi ouro para o leão. O teste exigente e complicado no acerto de calendário, ao fim de 73 dias, teve acerto no pé direito do ex-Famalicão, confirmando a liderança com sete pontos de vantagem para o Benfica, antes das últimas cinco jornadas. Há, cada vez mais, via verde para o título.

O Sporting venceu, mas a diferença final espelha o que foi, não só a complexidade de um jogo num momento decisivo, mas também alguma falta de objetividade ofensiva do Sporting em alguns momentos. Mérito também do Famalicão, que acabou ferido - e descompensado - após uma recuperação de Nuno Santos perante Martín Aguirregabiria, com Gyökeres a tocar para Trincão assistir para o golo de Pote.

É verdade que Franco Israel não foi obrigado a fazer uma defesa, é certo, mas o Famalicão complicou a vida e o resultado ficou em aberto até ao fim. E isso não deixou o leão confortável em absoluto. Ao longo do jogo, Amorim foi o espelho de alguma insatisfação com algumas opções. Desde a saída a jogar à libertação de espaços, ou na verticalidade necessária.

Mas se este Sporting que está cada vez mais perto do título foi uma máquina trituradora em goleadas como ao Casa Pia, ao Sp. Braga, ao Boavista ou ao Gil Vicente, foi também coração, esforço e sofrimento em Famalicão com este 1-0. A mostrar que o caminho para um título também passa por jogos como estes.

O Sporting repetiu o resultado da primeira volta e ficou-se por um só golo em jogos da Liga pela primeira vez desde a derrota no dérbi na Luz e pela quarta vez em 29 jornadas. A outra foi no empate em Braga.

Com Hjulmand e Nuno Santos de volta após castigo, Amorim também fez voltar Coates à defesa. Já Armando Evangelista, vindo de duas vitórias e um empate no Dragão desde que assumiu o comando técnico, fez voltar Riccieli e Chiquinho após castigo e colocou Aguirregabiria na vez do castigado Francisco Moura.

Desde cedo o leão assumiu a bola. Instalou-se no meio-campo ofensivo, mas teve alguma dificuldade em encontrar espaços. Só aos 13 minutos (azar de uns, sorte de outros), Hjulmand desbloqueou pelo meio e Daniel Bragança viu o ferro negar-lhe um golaço.

O Sporting circulava a bola, mostrava uma cara paciente. De quem não tinha pressa para chegar lá à frente, até que… até que uma recuperação originou uma saída rápida concluída por Pote perante Luiz Júnior.

Se a paciência compensou, o sofrimento também viria a compensar mais lá à frente. O Sporting, mais do que dominar, controlou quase toda a primeira parte e o Famalicão só deu um ar da sua graça a partir do minuto 39, com alguma aproximação à área leonina. Chiquinho, de livre, rematou pouco por cima e obrigou Diomande ao erro e o cartão amarelo ao central (além de outro lance arriscado pouco depois) levou Amorim a lançar Eduardo Quaresma para a segunda parte.

Foi já nesta que o Sporting foi adiando o conforto no jogo e, com isso, o Famalicão alimentou esperanças em anular a desvantagem. Gyökeres teve um par de lances em que desequilibrou pela esquerda, mas o leão esteve longe do poder de fogo de tantos outros jogos. Do outro lado, Topic ensaiou o remate, que passou pouco por cima (58m).

Amorim lançaria depois Esgaio, Morita e Paulinho para os 20/25 minutos finais, com Evangelista a apostar em Sorriso e Filipe Soares para dar mais frescura e soluções na frente. O Sporting teve no pé esquerdo de Nuno Santos e depois no de Morita o 2-0, mas houve falta de pontaria… e houve emoção até ao fim com a diferença mínima. O Famalicão acabou por não fazer um remate enquadrado, mas acabou com várias aproximações à área e Franco Israel e Sebastián Coates acabaram por ser decisivos para afastar o perigo.

O leão sofreu, mas venceu e tem uma mão no título.

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