Famílias de reféns partilham vídeo de rapto para pressionar Netanyahu

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As famílias de mulheres reféns do Hamas partilharam imagens gráficas do rapto levado a cabo durante o ataque de 7 de outubro, na quarta-feira, por forma a colocar pressão sob o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para que regresse à mesa de negociações.

As imagens, que poderão ferir as suscetibilidades dos leitores mais sensíveis, já tinham sido partilhadas pela milícia palestiniana, segundo o Fórum das Famílias de Reféns e Desaparecidos. A organização obteve-as através das Forças de Defesa de Israel (IDF), que as tinham editado para retirar excertos mais perturbadores, noticiou a CNN.

No vídeo, as mulheres, que estavam na base militar de Nahal Oz ao serviço das IDF, surgem alinhadas junto a uma parede, de mãos atadas. Algumas têm inclusivamente a cara ensanguentada e com hematomas.

O objetivo da associação passava por pressionar o governo israelita a regressar à mesa de negociações, por forma a libertar as mulheres que estavam encarregues da vigilância da Faixa de Gaza junto à fronteira no momento da escalada do conflito.

“O Estado de Israel não pode aceitar uma realidade em que os seus cidadãos sentem constantemente que as suas vidas estão ameaçadas e sofrem de medo e ansiedade implacáveis. A cada dia que passa, torna-se mais difícil trazer os reféns de volta a casa – os vivos para reabilitação e os assassinados para um enterro adequado. O governo israelita não deve perder nem mais um momento; deve voltar hoje à mesa de negociações!”, apelou a entidade.

O primeiro-ministro disse estar “horrorizado” com as imagens, tendo assegurado que Israel “continuará a fazer tudo para [trazer os reféns] para casa”.

“A crueldade dos terroristas do Hamas apenas aumenta a minha determinação de lutar com força até à destruição do Hamas, para garantir que o que vimos esta noite não aconteça nunca mais”, disse.

Já o ministro do Gabinete de Guerra de Israel, Benny Gantz, confessou que quando assistiu ao vídeo pela primeira vez sentiu o seu “estômago revirar”. Ressalvou, contudo, que “a responsabilidade dos líderes não é apenas de encarar a realidade – é criar uma realidade diferente, mesmo quando se tratam de decisões difíceis”.

Saliente-se que uma das mulheres que surgem no vídeo é Ori Megidish, que foi resgatada pelas IDF 23 dias após ter sido raptada. Já Noa Marciano foi morta em cativeiro, tendo o seu corpo sido devolvido a Israel em novembro. Liri Albag, Karina Ariev, Agam Berger, Daniela Gilboa e Naama Levy continuam sob controlo do Hamas.

Mais de 100 reféns foram libertados no âmbito de um acordo de cessar-fogo em novembro, mas as autoridades israelitas acreditam que ainda há cerca 130 pessoas em cativeiro em Gaza.

Entretanto, esta quinta-feira, o Gabinete de Guerra de Israel anunciou que retomará as negociações com o Hamas para o regresso dos reféns retidos em Gaza, depois de, na quarta-feira, o Egito ter ameaçado retirar-se como mediador do conflito devido a acusações de ter feito uma má gestão da última ronda de negociações, que fracassou, segundo o The Times of Israel.

Recorde-se ainda que, no início do mês, o grupo palestiniano apontou que a rejeição de Israel do plano de cessar-fogo apresentando pelos mediadores nas negociações no Cairo fez com que as conversações voltassem “à estaca zero”.

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