A exigência de cortes mais extensos foi colocada pela Coupang, empresa coreana que procedeu à compra dos ativos da Farfetch, situação que gerou uma reação imediata destes diretores.
O processo de reestruturação da Farfetch, plataforma de e-commerce de moda de luxo fundada em 2008 por José Neves, voltou a conhecer novos desenvolvimentos esta semana com a demissão de alguns diretores de áreas tecnológicas em protesto pela exigência de mais cortes do que aqueles que estavam inicialmente previstos, avança o “Público” esta quarta-feira.
A exigência de cortes mais extensos foi colocada pela Coupang, empresa coreana que procedeu à compra dos ativos da Farfetch, situação que gerou uma reação imediata destes diretores que entendem que, com esta decisão, vão “ficar sem equipa para gerir e, como tal, sem condições de trabalho”.
Conta o “Público” que só na divisão Farfetch Platform Solutions, o corte deverá situar-se entre os 75% e 80% da força de trabalho, algo que parece transparecer que o fundador da Coupang tem uma visão oposta a José Neves, criador da Farfetch. Detalha o jornal que esta era uma unidade de negócio para digital o negócio das grandes marcas de luxo que não tinham forma de o fazer com os seus próprios recursos.
Entre esses clientes de luxo, o principal é a londrina Harrods, cadeia detida pelo fundo soberano do Qatar, além de outras marcas que têm vindo a utilizar os serviços da FPS, sendo que, com este corte, essa ligação à Farfetch parece estar em risco.
O empresário português José Neves demitiu-se a 15 de fevereiro do cargo de CEO da Farfetch, a empresa de tecnologia para o sector da moda que fundou em 2008, mas continuará com funções de consultor. A informação foi transmitida aos trabalhadores através de um e-mail a que o Jornal Económico teve acesso.
O empreendedor por detrás do primeiro unicórnio de Portugal – que foi resgatado pela Coupang no final do ano passado – deixa as principais tarefas executivas e passa-as para o grupo sul-coreano, que ficará encarregue da liderança interina.