FC Porto: auditor alerta para “incerteza material” que coloca “dúvidas significativas” sobre continuidade do Grupo

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A EY foca-se assim no facto do capital próprio encontrar-se negativo e que o passivo corrente continue a ser “superior ao ativo corrente em 176 milhões de euros”. Nota pode ser lida na apresentação das contas consolidadas referentes ao primeiro semestre da atual temporada.

A EY, auditora das contas da FC Porto SAD, alertou que os capitais próprios da empresa que gere o futebol dos “azuis e brancos” colocam “dúvidas significativas” sobre “a capacidade do Grupo em se manter em continuidade”.

No final do documento remetido pela SAD à CMVM, em que são apresentadas as contas consolidadas relativas ao primeiro semestre da época atual, a auditora acrescenta uma nota com o título “Incerteza material relacionada com a continuidade”, apesar do resultado líquido consolidado ser positivo em 35 milhões de euros.

A EY foca-se assim no facto do capital próprio encontrar-se negativo e que o passivo corrente continue a ser “superior ao ativo corrente em 176 milhões de euros”. Para o auditor, “estas condições indicam que existe uma incerteza material que pode colocar dúvidas significativas sobre a capacidade do Grupo em se manter em continuidade.

Explica a EY que “as demonstrações financeiras foram elaboradas no pressuposto da continuidade das operações, prevendo-se a manutenção do apoio financeiro das instituições financeiras e outras entidades financiadoras”. Este apoio financeiro, realça o auditor, deve continuar a ser feito “através da renovação e/ou reforço das linhas de crédito existentes, bem como o sucesso futuro das
operações de alienação de direitos de inscrição desportiva de jogadores, tal como previsto nos orçamentos de exploração e
tesouraria, o qual é essencial para o equilíbrio económico e financeiro do Grupo e para o cumprimento dos compromissos
financeiros e regulatórios assumidos”.

A 20 de fevereiro, a FC Porto SAD comunicou à CMVM ter atingido um resultado líquido positivo de 35 milhões de euros no primeiro semestre de 2023/24, contra um prejuízo de 9,9 milhões em igual período de 2022/23 e a prioridade imediata da gestão é agora a redução dos encargos com o passivo, revelou, na apresentação do balanço, o administrador para a área financeira, Fernando Gomes, ex-ministro e ex-autarca.

Outra prioridade doa SAD é atingir uma situação de capitais próprios positivos o que, segundo disse, está garantido para o segundo trimestre. Nas contas enviadas à CMVM, os capitais próprios são ainda negativos, mas “em apenas nove milhões de euros a 31 de dezembro de 2023, que comparam com os 176 milhões negativos do final de junho” anterior, findo o primeiro semestre. No final do primeiro semestre do ano, assegurou Fernando Gomes, os capitais próprios passarão para o lado positivo.

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