FC Porto e as modalidades: as ideias dos três candidatos à presidência

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Estamos a poucos dias do momento decisivo para o presente e futuro do FC Porto. O passado já lá vai e, durante os últimos largos anos, pertenceu a Jorge Nuno Pinto da Costa, um dos dirigentes mais titulados na história do mundo desportivo. Dia 27 de abril os sócios fazem-se ouvir, deslocam-se às urnas e divulgam as intenções de voto no que toca ao próximo presidente para os próximos quatro anos.

Continuidade de Sérgio Conceição foi outro dos temas @FC Porto

Entre picardias, medidas e presenças públicas, os três candidatos percorreram Portugal de uma ponta à outra para explicar as suas ideias relativamente ao plano que pretendem implementar caso sejam eleitos para o cargo. Falou-se de (muito) futebol, da situação financeira do FC Porto, do Estádio do Dragão e das modalidades, por exemplo.

Modalidades, exatamente. Depois de várias semanas de campanha, o zerozero decidiu fazer um resumo de tudo o que Jorge Nuno Pinto da Costa, André-Villas Boas e Nuno Lobo propuseram aos sócios e simpatizantes dos azuis e brancos no que toca a esta temática. Perdeu o fio à meada? Está aqui toda a informação.

Do futsal ao surf

Jorge Nuno Pinto da Costa. O presidente de 86 anos, além do futebol feminino (relembre aqui), quer implementar dois novos mundos nos dragões: futsalsurf. O primeiro, que já é um desejo antigo da massa associativa, parece ter pernas para andar e, segundo o plano da lista, será implementado durante o próximo mandato, mas não no primeiro ano.

«Temos analisado o seu crescimento, tanto ao nível do número de adeptos como ao nível da atração televisiva e mediática. Assim, durante o próximo mandato iremos conduzir e concluir os estudos de viabilidade da modalidade, para definir, de forma célere, a melhor forma de implementação da mesma, se de forma orgânica ou através da aquisição de um clube», referem.

@FC Porto

Ou seja, todos os cenários estão em aberto: se começam nas divisões inferiores da modalidade ou se entram nos principais escalões do futsal através de um emblema já criado.

O segundo mundo, por sua vez, trata-se do surf, «uma das modalidades de maior crescimento em Portugal, que tem perto de um milhão de praticantes». «A entrada do FC Porto no surf poderá ser concretizada através de parcerias ou da aquisição de um ou mais dos clubes da região, permitindo a criação da maior escola de surf do País e o desenvolvimento de equipas competitivas a nível mundial», referem.

Ora, se já falamos de novos cenários, agora voltamos atrás no tempo e abordamos a questão do ciclismo, depois da parceria com a W52 ter sido abandonada. «Nunca esquecerei o final da Volta em que as ruas do Porto não tinham espaço livre. Houve um problema com os atletas, não com o FC Porto. Ninguém está livre que um atleta tome substâncias proibidas, conforme admitiram em tribunal. Isso não afeta o FC Porto, afetou-os a eles, que estragaram a vida. Mas logo que esteja resolvido, vamos voltar ao ciclismo para ganhar», explicam.

Por último, existirá um «reforço da aposta nas diversas modalidades do clube, como o andebol, basquetebol, hóquei em patins, voleibol, bilhar, boxe, natação e desporto adaptado, entre outras, com a criação de uma estratégia plurianual para cada uma que permita lutar pela liderança em todas as competições».

Futsal e um novo nome

André Villas-Boas. O antigo treinador é outro dos candidatos à presidência do FC Porto e também conta com vários planos para as modalidades. Desde logo, a criação do futsal. Como? «Através das bases da sua prática nos escalões inferiores e progressivamente até ao escalão sénior».

Villas-Boas tem estado com os adeptos @AVB2024

Para além disso, pretendem «reforçar a competitividade das modalidades em atividade, incluindo nas mesmas a vertente feminina». «Continuar a aposta no desporto adaptado com a mesma ambição. Integrar novas modalidades e promover a importância da prática desportiva». As palavras são de Villas-Boas e dirigidas a... Mário Santos, o diretor-geral das modalidades em caso de vitória.

Mário Santos, de 52 anos, é um ex-presidente da Federação Portuguesa de Canoagem e chefe da missão portuguesa na ida aos Jogos Olímpicos de 2010 e 2012. Para além disso, foi vice-presidente da Associação Europeia de Canoagem, entre 2007 e 2015, e esteve nomeado pelo Governo como especialista no Conselho Nacional do Desporto, de 2016 a 2024.

Aquando da sua apresentação, na sede de campanha, o dirigente começou por falar do desporto feminino. «É necessário reforçar a aposta na formação, no aumento da prática desportiva e na autossustentabilidade das mesmas, sem perder a capacidade de lutar por títulos. Queremos reforçar o ecletismo, com mais modalidades, pois nem todas contam com a vertente feminina. Implementar a igualdade de género é importante», argumentou, antes de abordar a criação de um centro de alto rendimento para as modalidades.

@ NurPhoto / Getty Images

«Já sinalizámos a implementação do futsal e há mais modalidades em fila, sempre tendo em atenção a sustentabilidade. Não podemos ser um 'clube de casa às costas'. Os atletas não precisam de estádios e de um pavilhão com bancadas, mas precisam de um Centro de Alto Rendimento, como existe no futebol. A existência de um pavilhão com valências multidisciplinares é um sinal dessa estratégia (...) Temos de incorporar os objetivos de forma consciente. Objetivos a definir antes da preparação, assumidos como comuns. Implementar este projeto de forma consistente, acima de tudo», explicou.

Aposta vincada nas modalidades

Nuno Lobo. O empresário, de 54 anos, volta a concorrer à presidência do FC Porto, depois de já o ter feito em 2020, há quatro anos. Nesta lista, apoiada por oito pilares - sustentabilidade, inovação, criação, sinergias, análise, promoção, planeamento e fomentação -, as modalidades também assumem um papel relevante.

Nuno Lobo tem sido voz ativa nas eleições @X / Nuno Lobo

Tal como referido anteriormente, o futsal é uma das metas apontadas. No programa de Nuno Lobo, disponível no site da candidatura, verifica-se que «é uma aposta inegociável», depois do mesmo já ter comentado essa hipótese em público. «Disse ao presidente que os 1.5 milhões de euros que demos pelo Samuel Portugal davam para a equipa de futsal, mas respondeu-me que não gostava de futebol dentro de pavilhão», referiu.

E se o futsal seria um aspeto novo no Dragão Arena, não podemos dizer o mesmo do voleibol masculino, pois tratar-se-ia de um regresso (extinto em 1990). Para tentar voltar a entrar por esse caminho, significaria uma «análise e avaliação da viabilidade de novos projetos desportivos, convidando antigos jogadores a integrarem o clube».

Para além do futsal e do voleibol masculino, pretende implementar-se outras medidas como a «criação da academia de modalidades femininas, a abertura de trails e corridas, o regresso definitivo da pesca e do ciclismo, assim como a participação em regatas», sem nunca esquecer, claro, o reforço das modalidades já em vigor: hóquei em patins, boxe, natação, bilhar, andebol ou basquetebol.

@Facebook / Arquivo Pessoal Nuno Lobo

Tal como a lista de André Villas-Boas, também esta candidatura tem como objetivo criar um centro de alto rendimento, mas para o atletismo. De que forma? «Em parceria com as instituições de referência da cidade, visando as condições necessárias aos atletas de alta competição, que lhes permita melhorar as performances e, simultaneamente, perpetuar as figuras que o clube e a cidade potenciaram.»

Por último, Nuno Lobo quer associar às modalidades aos adeptos através da 'Marca Porto', do jornal do clube, da criação de Academias de formação, 'open days', festejos de títulos nos Aliados/Dragão Arena, protocolos com escolas/universidades, criação da casa das modalidades do FC Porto, workshops, fundação para as modalidades e da página web exclusiva para as modalidades.

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