Nesta sétima edição do festival, é feita homenagem a uma realizadora "que tem explorado na sua obra temas que cruzam as suas experiências históricas pessoais com questões proeminentes na história recente de Portugal, como a guerra colonial em África, a revolução do 25 de abril e os anos do pós-colonialismo", refere a organização em nota de imprensa.
Segundo o festival, nesta homenagem será exibido o documentário 'Understory' (2019), sobre as "ramificações culturais e económicas" da exploração de cacau, "numa viagem por São Tomé e Príncipe, Inglaterra e Brasil".
A sessão, no dia 19, contará com uma conversa com a realizadora, moderada pela investigadora e ativista Kitty Furtado.
Margarida Cardoso, de 60 anos, que viveu grande parte da infância em Moçambique, iniciou o seu percurso no cinema nos anos 1980 como fotógrafa de cena, anotadora e assistente de realização.
Os primeiros filmes, enquanto realizadora, surgiram nos anos 1990, como por exemplo a curta-metragem 'Dois Dragões' (1996).
Desde então tem feito tanto documentário como ficção, quase sempre com uma ligação a África, nomeadamente 'Kuxa Kanema - O Nascimento do Cinema' (2003), sobre a produção de cinema em Moçambique, 'A Costa dos Murmúrios' (2004), a partir do romance homónimo de Lídia Jorge, e 'Sita -- A vida e o tempo de Sita Valles' (2022).
Tem ainda por estrear o filme de ficção 'Banzo' e tem em mãos outros projetos, nomeadamente 'Caderno de Memórias Coloniais', ainda em desenvolvimento, com produção da Midas Filmes.
O festival de cinema Porto Femme, dedicado ao "melhor cinema produzido por mulheres e pessoas não binárias", está marcado de 16 a 21 de abril em várias salas do Porto, nomeadamente o Batalha Centro de Cinema e o espaço Maus Hábitos.
De acordo com a organização, que ainda não revelou a programação completa, estão previstos mais de 140 filmes de 38 países.
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