O primeiro-ministro cessante, António Costa, afirmou esta quarta-feira estar "muito satisfeito" com os lucros recorde da transportadora aérea TAP no ano passado e espera que não sejam vistos como um "excesso". O resultado líquido da empresa mais do que duplicou face ao ano anterior, para 177,3 milhões de euros.
"Fico muito satisfeito que a TAP tenha lucros. Espero que seja uma boa notícia para todos e que ninguém ache que é um excesso", referiu António Costa, em resposta a uma questão sobre os lucros reportados esta quarta-feira pela companhia aérea, numa conferência de imprensa de balanço dos últimos oito anos em que esteve à frente do Governo.
António Costa reagia assim aos resultados reportados pela companhia aérea esta manhã, que dão conta de que, depois de ter conseguido o primeiro resultado positivo em cinco anos em 2022, a TAP viu os lucros aumentarem 111,3 milhões de euros em 2023. No ano antes da pandemia, a empresa tinha tido um prejuízo de 95,6 milhões. Sobre a privatização da TAP, António Costa defendeu que é "muito positivo que a privatização se faça sem ser sob pressão", lembrando que, no passado, "privatizações feitas sob pressão não dão bom resultado". A auditoria do Tribunal de Contas à privatização da ANA é, segundo ele, "uma boa ilustração" de que a privatização deve ser feita sem pressa.
Disse ainda que o novo Governo tem "toda a legitimidade" para decidir se avança ou não com essa privatização, apesar de esse processo ter estado a ser preparado pelo Governo que agora cessa funções.
"Deixámos a companhia recuperada do risco em que em 2020, como estiveram muitas companhias, de colapsar. Hoje está numa boa situação. Havia muitos interessados. Os resultados da companhia só farão aumentar o número de interessados em serem parceiros do Estado na partilha do capital ou na aquisição da totalidade do capital, mas isso caberá ao novo Governo decidir", salientou.
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