Financial Times: Portugal tem seis startups entre as 50 que mais crescem no sul da Europa

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As startups portuguesas estão em grande destaque no mais recente ranking do britânico “Financial Times”. Se a lista evidenciou as startups de maior crescimento nos últimos dois anos, destacando seis nacionais, teve ainda tempo para ver quais as que angariaram mais dinheiro.

Portugal tem seis startups entre as 50 de maior crescimento no sul europeu. Este é ‘apenas’ mais um ranking do “Financial Times”, mas as empresas portuguesas surgem em grande destaque, representando 12% do total de startup patentes na mostra.

O ranking “Sifted 50: Southern Europe – The fastest-growing startups 2024” analisou, como o próprio nome indica, um total de 50 startups de maior crescimento entre oito países (Andorra, Chipre, Grécia, Itália, Malta, San Marino, Espanha e Portugal).

Logo entre os primeiros 15 lugares surgem três startups nacionais: Coverflex, Equalfood e Bridge In. No entanto, o ranking é liderado pela espanhola Olistic, que opera no ramo da beleza, e viu as suas receitas crescerem 529,01% nos últimos três anos.

Em termos nacionais, a Coverflex é a startup mais bem posicionada. A fintech de Braga, que conta com 101 trabalhadores, viu as suas receitas subirem 312,98% em dois anos, o que lhe valeu um quarto lugar no ranking sul europeu.

Os dados mostram ainda que a Coverflex conseguiu já levantar 17,5 milhões de euros no mercado, contando com operações nos territórios espanhol e italiano, destacando ainda os últimos 15 milhões recolhidos em dezembro de 2022. Entre os destaques à fintech, o “Financial Times” evidencia que a Coverflex ainda não é rentável.

A Equalfood surge na nona posição, com receitas de 232,12% a dois anos. Apesar de não existir informação sobre o último financiamento ou rondas de financiamento desde a sua fundação em 2020, a foodtech de Lisboa apresenta um negócio rentável.

A Bridge In terminou em 15º lugar com um crescimento de receitas na ordem dos 174,31%. A HR tech apoia a expansão de empresas internacionais para Portugal e já apresenta ser rentável, tendo obtido o último financiamento (e único) de 0,1 milhões em janeiro do ano em que foi fundada. Nos planos para o futuro, a startup vai levantar voo para Espanha e ambiciona estar presente em 31 países até 2028.

Mais abaixo na lista, a knokcare de Matosinhos surge no 33º lugar. A healthtech nasceu em 2015 e já recolheu sete milhões de euros em rondas de investimentos, apresentando um crescimento das suas receitas de 99,53% nos últimos dois anos. Soma atualmente 80 funcionários.

A proptech Casafari vem mais abaixo, na 40ª posição. A startup do sector imobiliário foi fundada em 2017 e já recolheu 30 milhões de financiamento para a expansão e propulsão do seu negócio. A empresa tem 137 trabalhadores e viu as suas receitas crescerem 83,03% nos últimos dois anos.

Por sua vez, a HiJiffy é a última portuguesa a ocupar o ranking, posicionando-se na 42ª posição. A startup da Vidigueira a operar no ramo da hospitalidade foi fundada em 2016, já recolheu 3,7 milhões de euros e conta com um crescimento de 68,02%.

Ainda no ranking do “Financial Times”, a Armilar Venture Partners é o investidor português com mais empresas ou negócios a surgir na lista Sifted 50.

“Life’s a beach in Lisbon” para as startups

É verdade e o trocadilho em inglês não podia demorar. Apesar dos portugueses sentirem algumas adversidades no custo de vida, há que sentir orgulho nas empresas destacadas no ranking internacional da publicação britânica.

“Portugal não está satisfeito em ser o irmão mais novo aqui – trabalhou arduamente para se reinventar enquanto um hub tecnológico líder. E isso tem tido sucesso: tal como Espanha, o país tornou-se uma base preferencial para os jovens nómadas digitais”, lê-se no relatório. Ainda que a comparação a Espanha não seja apreciada (como as comparações ao país-vizinho nunca o são, porque Portugal não é Espanha), não dá para negar a chegada de nómadas digitais com grande talento ao nosso país.

Exemplo disso é a Web Summit, uma das maiores conferências tecnológicas do mundo, estando sediada em Lisboa desde 2016.

Citado no documento, Miguel Santo Amaro, cofundador e CEO da Coverflex, afirma que Lisboa é “uma das poucas capitais com praia”, algo que o ranking considera um pitch “simples mas eficaz”. Santo Amaro vai mais longe nas suas palavras para descrever o cenário do futuro: “Acho que ainda não chegámos ao pico de nada; a habitação ainda é relativamente mais barata que Madrid e Berlim” e isso é algo positivo para quem se quer estabelecer em Portugal e criar uma startup.

Consolidando o panorama português no mundo das startups (que emana cada vez mais talento), o Sifted 50 dá destaque aos melhores negócios já feitos em 2024. O prémio vai, de longe, para a Powerdot, maior operadora de carregamento de veículos elétricos, uma vez que no início do ano conseguiu captar 100 milhões de euros numa única ronda de financiamento, liderada pela Antin Infrastructure Partners e Arié Group.

Com larga distância, em segundo lugar surge a Tonic App. A digital health do Porto angariou 11 milhões de euros este ano, enquanto a Eneida de Coimbra somou 10,5 milhões de euros. A Azuro de blockchain conseguiu recolher 10,1 milhões de euros, enquanto a UpHill de digital health captou sete milhões, a Óscar somou seis milhões e a Bloq.it recolheu cinco milhões.

Mostram ainda os dados que a Today, focada no metaverso, angariou 4,6 milhões de euros na primeira metade do ano, a API3 (blockchain) recolheu 3,7 milhões de euros e a Primetag (marketing de influências) captou 3,5 milhões de euros, encerrando os 10 melhores negócios de 2024 (até agora).

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