Forte ondulação provoca estragos em moradias e lojas na Horta

9 meses atrás 76

De acordo com o último balanço do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA), enviado às redações cerca das 13h30, na ilha do Faial, desde as 00h00, foram registadas 10 ocorrências.

"Já há muito tempo que não nos deparávamos com um cenário tão gravoso. A quantidade de água do mar é tão grande, tão grande, que as sarjetas e o escoamento pluvial não estão a dar vazão, daí a água estar a vir também para a rua principal da cidade", explicou à Lusa o comandante dos Bombeiros Voluntários do Faial, Nuno Henriques.

Os agentes da PSP chamados ao local encerraram a avenida marginal da cidade ao trânsito e até a circulação pedonal foi condicionada numa parte do troço, para evitar que a forte ondulação provocasse danos pessoais, além das inundações em moradias e estabelecimentos comerciais.

"A onda bate contra as nossas janelas e entra por todos os lados", revelou à Lusa a proprietária de uma loja de pronto a vestir, adiantando que os funcionários tentaram retirar tudo o que havia no armazém para evitar ficar danificado pela água salgada, mas lamentou não conseguir "dar vencimento" devido à força das ondas.

Ao lado, num talho, a proprietária do estabelecimento, que diz estar naquele espaço há mais de 30 anos, garante que não se lembra de o mar provocar tamanhos estragos nas moradias e no comércio da cidade: "Nunca aconteceu, mas nunca mesmo".

O presidente da Câmara Municipal da Horta e responsável pelo Serviço Municipal de Proteção Civil, Carlos Ferreira, disse à Lusa que, além dos estragos em casas e estabelecimentos comerciais, há também a registar danos em equipamentos públicos e no terminal marítimo da Horta, que foi, entretanto, encerrado.

"Temos várias moradias e estabelecimentos inundados, danos também em infraestruturas públicas, quer do município, quer da Administração Regional. O terminal marítimo, gerido pela Portos dos Açores, está encerrado e com danos também bastante significativos", realçou o autarca social-democrata, ressalvando que não há registar, no entanto, danos pessoais.

As ligações marítimas entre as ilhas do Triângulo (Faial, Pico e São Jorge), que são asseguradas pela empresa Atlânticoline, foram também canceladas, devido à forte ondulação, e até o navio de transporte de mercadorias "Monte da Guia", que estava a operar na Horta, foi obrigado a sair do porto comercial, devido ao rebentamento dos cabos de amarração.

Segundo o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA), já foram contabilizadas, até ao dia de hoje, 53 ocorrências em seis ilhas, nomeadamente em São Miguel, Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial, a maioria das quais relacionada com inundações de casas e via públicas, e quedas de árvores e de estruturas, na sequência da passagem pelos Açores da depressão Hipólito.

De acordo com as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), prevê-se que a depressão provoque um aumento da intensidade do vento, com rajadas entre os 100 e os 115 km/h e agitação marítima com ondas que podem atingir os sete metros de altura em todo o arquipélago, além de precipitação forte e trovoada.

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