Galp espera mais informação sobre potencial da Namíbia no “final de março”

7 meses atrás 64

“No final de março, saberemos o potencial comercial. Teremos uma boa visão dos volumes dos reservatórios. É altamente possível que venhamos a furar mais poços”, afirmou o responsável numa call com analistas. Então, a empresa irá ter uma “boa visão dos reservatórios”, revelou o presidente-executivo da empresa, Filipe Silva.

A Galp espera ter mais informação sobre o potencial dos poços que anda a avaliar na Namíbia “no final de março”. A revelação foi feita hoje pelo presidente-executivo da empresa, Filipe Silva.

“No final de março, saberemos o potencial comercial. Teremos uma boa visão dos volumes dos reservatórios. É altamente possível que venhamos a furar mais poços”, afirmou o responsável numa call com analistas. Então, a empresa irá ter uma “boa visão dos reservatórios”.

Questionado sobre mais novidades na operação no país da África austral, o gestor garantiu que o objetivo é acelerar: “Na Namíbia, queremos produção o mais depressa possível”, admitindo que a petrolífera vai continuar a abrir mais “poços de exploração e de avaliação”.

A 26 de janeiro, a petrolífera anunciou ter furado com “sucesso” um novo poço (AVO-2) na área de Mopane-1X no bloco PEL83. A Galp é a operadora deste poço (80%) em conjunto com a NAMCOR e a Custos (10% cada). No AVO-2, “a Galp descobriu uma quantidade significativa de petróleo leve em reservatórios de areia com elevada qualidade”.

A plataforma vai agora ser movida para a área Mopane-2X para avaliar a “extensão das descobertas” em toda esta zona. A Galp diz que vai “continuar a analisar os dados nas próximas semanas para avaliar o potencial comercial das descobertas”. Recorde-se que a empresa tem descoberto petróleo nos vários furos feitos nesta área.

A 10 de janeiro, a Galp fechou a sessão a subir 8% na bolsa de Lisboa para 14,98 euros, após o anúncio de que a petrolífera descobriu petróleo na Namíbia. A ação fechou em máximos de quatro anos com esta descoberta.

Em apenas uma sessão, a Galp valorizou 860 milhões de euros para um total de 11,58 mil milhões de euros de valorização bolsista. Só a participação conjunta da família Amorim com a petrolífera angolana Sonangol valorizou 310 milhões de euros, com 170 milhões de euros a corresponderem à participação de Maria Fernanda Amorim e suas filhas, incluindo Paula Amorim, chairwoman da energética.

Recorde. Lucros da Galp atingem mil milhões de euros em 2023

Os lucros da Galp (ajustados de efeitos não recorrentes e do impacto dos custos de substituição de stocks) subiram 14% para os mil milhões de euros em 2023 face a período homólogo, com a companhia a registar o seu maior resultado líquido de sempre.

Este é o segundo ano consecutivo de lucros históricos, depois de em 2022 ter atingido 881 milhões de euros (+93% face ao resultado anterior).

Mesmo assim o EBITDA da companhia recuou 8% para os 3.558 milhões de euros, penalizado pela operação no ‘upstream’ que recuou 27% para os 2.263 milhões de euros.

Já o segmento das renováveis subiu dos 50 milhões para os 131 milhões; com o segmento ‘industrial e ‘midstream’ a valorizar os 451 milhões para os 929 milhões; e o segmento comercial a subir 2% para os 303 milhões de euros.

O cash flow operacional recuou 19% para os 2.269 milhões de euros “refletindo uma robusta performance operacional em todas as unidades de negócio”, com o free cash flow a atingir os 1.373 milhões de euros, cobrindo o pagamento de dividendos aos acionistas (422 milhões), o programa de recompra de ações (500 milhões) e os dividendos dos interesses não-controláveis (169 milhões).

A petrolífera planeia um aumento de 4% no pagamento do dividendo para os 54 cêntimos, e pretende avançar este ano com um programa de recompra de ações de 350 milhões de euros.

Já o capex líquido da empresa atingiu os 859 milhões de euros, incluindo 209 milhões de euros de procedimentos iniciais relacionados com a venda dos ativos petrolíferos em Angola, que a empresa espera concluir na primeira metade de 2024.

Por sua vez, o capex económico atingiu os 1.052 milhões de euros, direcionado principalmente ao crescimento do upstream, à transformação do downstream e à construção de capacidade renovável.

A energética destaca que um terço dos seus gastos acontecem em Portugal, em particular os projetos na refinaria de Sines que visam a construção de eletrolisadores com 100 MW para a produção de hidrogénio verde, a construção de unidade de biocombustíveis, o crescimento na mobilidade elétrica e a modernização da rede de vendas de combustível.

Por sua vez, a dívida líquida foi reduzida para os 1,4 mil milhões de euros “fortalecendo a posição financeira da Galp enquanto executando um ambicioso plano de crescimento e de investimento”.

“Em 2023, a Galp atingiu uma série robusta de resultados conduzida por uma forte performance operacional em todos os segmentos de negócio. Estes resultados apoiam os nossos investimentos em crescimento sustentável de classe mundial”, disse em comunicado o presidente-executivo da companhia.

“A Galp começou a construir em Sines um dos maiores projetos europeus de eletrolisadores de hidrogénio verde e uma unidade de biocombustíveis, dois passos essenciais para integrar energias de baixo carbono e para transformar as nossas operações comerciais e industriais. Simultaneamente, fizemos avanços no desenvolvimento de projetos upstream no Brasil e em ativos de elevado potencial na Namíbia”, segundo Filipe Silva.

A companhia diz estar comprometida com a “execução de uma estratégia responsável e focada, cumprindo oportunidades de crescimento para garantir a criação de valor requerida para um caminho credível de descarbonização, sem comprometer a nossa rentabilidade e competitividade enquanto assegurando uma forte posição financeira”.

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