Galp vai arrancar com programa de recompra de ações nos “próximos dias”

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Petrolífera anunciou o lançamento de um programa de recompra de ações no valor de 350 milhões e a subida do dividendo em 4% para 54 cêntimos.

A Galp vai arrancar com o programa de recompra de ações nos próximos dias, revelou esta segunda-feira a CFO da companhia, Maria João Carioca.

Para este ano, a petrolífera prevê gastar 350 milhões de euros neste programa, abaixo dos 500 milhões registados no ano passado.

“Vamos começar um programa de recompra de ações de 350 milhões nos próximos dias”, afirmou hoje a responsável, destacando que o dividendo a pagar este ano (relativo ao exercício de 2023) vai subir para os 54 cêntimos por ação.

Sobre o exercício de 2023, em que a Galp registou lucros históricos de mil milhões de euros, a gestora destacou o “forte desempenho operacional”, num ano em que reduziu a dívida e em que investiu mil milhões de euros, com um “terço” deste capex em “Portugal”.

Maria João Carioca também anunciou que a empresa está a equacionar a venda de ativos “para cristalizar valor, mas também para acelerar o capex”.

Em termos de dividendos e recompra de ações, recordou que um terço do cash flow vai destinar-se a remunerar os acionistas, o que vai acontecer à “boleia da performance operacional”.

Para 2024, a previsão é um recuo no EBITDA dos 3,6 mil milhões de euros para os 3,1 mil milhões de euros, com um cash flow de dois mil milhões de euros que servirá para cobrir  capex, dividendos e programas de recompra de ações, mantendo a “folha de balanço sob controlo”.

Recorde. Lucros da Galp atingem mil milhões de euros em 2023

Os lucros da Galp (ajustados de efeitos não recorrentes e do impacto dos custos de substituição de stocks) subiram 14% para os mil milhões de euros em 2023 face a período homólogo, com a companhia a registar o seu maior resultado líquido de sempre.

Este é o segundo ano consecutivo de lucros históricos, depois de em 2022 ter atingido 881 milhões de euros (+93% face ao resultado anterior).

Mesmo assim o EBITDA da companhia recuou 8% para os 3.558 milhões de euros, penalizado pela operação no ‘upstream’ que recuou 27% para os 2.263 milhões de euros.

Já o segmento das renováveis subiu dos 50 milhões para os 131 milhões; com o segmento ‘industrial e midstream’ a valorizar os 451 milhões para os 929 milhões; e o segmento comercial a subir 2% para os 303 milhões de euros.

O cash flow operacional recuou 19% para os 2.269 milhões de euros “refletindo uma robusta performance operacional em todas as unidades de negócio”, com o free cash flow a atingir os 1.373 milhões de euros, cobrindo o pagamento de dividendos aos acionistas (422 milhões), o programa de recompra de ações (500 milhões) e os dividendos dos interesses não-controláveis (169 milhões).

A petrolífera planeia um aumento de 4% no pagamento do dividendo para os 54 cêntimos, e pretende avançar este ano com um programa de recompra de ações de 350 milhões de euros.

Já o capex líquido da empresa atingiu os 859 milhões de euros, incluindo 209 milhões de euros de procedimentos iniciais relacionados com a venda dos ativos petrolíferos em Angola, que a empresa espera concluir na primeira metade de 2024.

Por sua vez, o capex económico atingiu os 1.052 milhões de euros, direcionado principalmente ao crescimento do upstream, à transformação do downstream e à construção de capacidade renovável.

A energética destaca que um terço dos seus gastos acontecem em Portugal, em particular os projetos na refinaria de Sines que visam a construção de eletrolisadores com 100 MW para a produção de hidrogénio verde, a construção de unidade de biocombustíveis, o crescimento na mobilidade elétrica e a modernização da rede de vendas de combustível.

Por sua vez, a dívida líquida foi reduzida para os 1,4 mil milhões de euros “fortalecendo a posição financeira da Galp enquanto executando um ambicioso plano de crescimento e de investimento”.

“Em 2023, a Galp atingiu uma série robusta de resultados conduzida por uma forte performance operacional em todos os segmentos de negócio. Estes resultados apoiam os nossos investimentos em crescimento sustentável de classe mundial”, disse em comunicado o presidente-executivo da companhia.

“A Galp começou a construir em Sines um dos maiores projetos europeus de eletrolisadores de hidrogénio verde e uma unidade de biocombustíveis, dois passos essenciais para integrar energias de baixo carbono e para transformar as nossas operações comerciais e industriais. Simultaneamente, fizemos avanços no desenvolvimento de projetos upstream no Brasil e em ativos de elevado potencial na Namíbia”, segundo Filipe Silva.

A companhia diz estar comprometida com a “execução de uma estratégia responsável e focada, cumprindo oportunidades de crescimento para garantir a criação de valor requerida para um caminho credível de descarbonização, sem comprometer a nossa rentabilidade e competitividade enquanto assegurando uma forte posição financeira”.

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