Gaza? "Rejeições arbitrárias" de Israel são "principal bloqueio" a ajuda

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O ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, David Cameron, disse, esta quinta-feira, que "rejeições arbitrárias por parte do governo de Israel" são o "principal bloqueio" da entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Numa carta em resposta à parlamentar conservadora Alicia Kearns, que a própria publicou no X (antigo Twitter), Cameron argumenta que "é uma enorme frustração que a ajuda do Reino Unido a Gaza tenha sido rotineiramente atrasada à espera de permissões israelitas".

"Por exemplo, estou ciente de que alguma ajuda financiada pelo Reino Unido ficou presa na fronteira durante pouco menos de três semanas, à espera de aprovação", continuou, na missiva.

O antigo primeiro-ministro britânico confessou, também, que já levantou o assunto em várias ocasiões junto de representantes oficiais do governo israelita, sem resultados.

Na mesma carta, Cameron disse que o seu "coração continua junto do povo de Israel e de todos os que foram apanhados pelo horror do ataque de 7 de Outubro; o pior ataque de terror na sua história às mãos do Hamas". "Continuamos a lembrar aqueles que estão ainda a ser mantidos reféns e as suas famílias", acrescentou, mostrando-se também solidário com os "civis palestinianos que enfrentam uma crescente e devastadora crise humanitária em Gaza".

Grateful to @David_Cameron for such clarity in his response to my letter. He confirms, contrary to some claims:

- The UN has NOT requested the Kerem Shalom crossing be closed on Saturdays. Israel closes it due to the Sabbath.

- Aid not getting into Gaza due to “arbitrary… https://t.co/DTP0Vl5Ohz pic.twitter.com/cvrmdwRhOi

— Alicia Kearns MP (@aliciakearns) March 21, 2024

Cerca de 250 pessoas foram sequestradas a 7 de outubro do ano passado e 130 ainda se mantêm como reféns em Gaza, das quais 33 já estarão mortas, segundo as autoridades israelitas.

O mais recente conflito na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do Hamas que implicou 1.160 mortos, na maioria civis, de acordo com dados oficiais israelitas.

De acordo com o último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, tutelado pelo Hamas, cerca de 32.000 pessoas já foram mortas nos bombardeamentos e incursões israelitas no enclave palestiniano, na sua maioria mulheres, crianças e adolescentes.

A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes devido ao colapso dos hospitais, ao surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

Desde 07 de outubro, pelo menos 418 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém Leste, territórios ocupados pelo Estado judaico, para além de se terem registado perto de 7.000 detenções e mais de 3.000 feridos.

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