"Exigimos que a comunidade internacional imponha sanções aos 84 deputados que votaram a favor desta lei", disse à imprensa Levan Bezhashvili, deputado e presidente do conselho político do Movimento Nacional Unido, o maior grupo de oposição do país.
Segundo o deputado, com a aprovação desta lei o partido do Governo, Sonho Georgiano, "praticamente entregou a Geórgia à Rússia, estabeleceu um regime russo no país e declarou guerra ao seu próprio povo".
"As sanções devem ser impostas antes que a Presidente [da Geórgia] Salome Zurabishvili vete a lei, uma vez que estes deputados são agentes da Rússia", disse Bezhashvili, numa alusão ao esperado veto da chefe de Estado europeísta, embora o Sonho Georgiano tenha maioria suficiente para forçar a promulgação.
O líder da oposição acrescentou que "a reação dos parceiros ocidentais da Geórgia deveria ser tão dura quanto possível".
A sua colega de partido e também parlamentar Tinatin Bokuchava, que participou hoje numa reunião de membros da oposição com o subsecretário norte-americano para os Assuntos Europeus e Eurasiáticos, James O'Brien, defendeu que "os Estados Unidos têm todas as opções para proteger o caminho euro-atlântico" escolhido pelo povo da Geórgia.
"Todas as opções estão na mesa americana", disse a deputada, que apontou a adoção de sanções contra o presidente honorário do Sonho Georgiano, o bilionário e ex-primeiro-ministro Bidzina Ivanishvili, que fez fortuna na Rússia, os representantes que apoiaram a lei e os chefes das forças de segurança que dispersaram os protestos nos últimos dias em Tbilissi.
Ao longo do dia de hoje, milhares de pessoas juntaram-se perto do parlamento, onde ocorreram alguns incidentes isolados entre manifestantes e a polícia.
Unidades da polícia de choque estão hoje a proteger as sedes do parlamento e do Governo, bem como outros edifícios públicos no centro da cidade.
A União Europeia já lamentou a aprovação da polémica lei, avisando que será um obstáculo no processo de adesão de Tbilissi ao bloco comunitário.
Leia Também: Metsola garante que PE "está" ao lado das reivindicações dos georgianos