Geringonça? "Serviu o seu propósito" e o "acertado teria sido melhorá-la"

O líder do Livre, Rui Tavares, admitiu, esta terça-feira, que o fim da geringonça foi um erro e que o "acertado [a fazer] teria sido melhorá-la" para obter um "sistema que funcione".

Quando questionado em entrevista à CNN Portugal se "foi um erro fazer cair" a geringonça, Rui Tavares foi taxativo: "Foi, claro. O acertado teria sido melhorá-la e aquilo que é melhor do que uma geringonça é um sistema que funcione".

Para o deputado, a geringonça - nome dado ao governo PS/PCP/Verdes e Bloco de Esquerda (BE) - "serviu o seu propósito", em 2015.

"A satisfação dos portugueses com a governação nessa altura esteve em máximos até comparativos em termos europeus e isso comprovou-se nas eleições. Todos os partidos de Esquerda que defendiam a geringonça foram beneficiados", explicou.

Sobre o possível crescimento do Chega nas eleições legislativas de 10 de março, Rui Tavares reconheceu que o partido de extrema-direita tem tido "a capacidade de marcar agenda e de dominar certos assuntos", além de "vantagens levadas ao colo pela comunicação social e certos debates".

"A pior coisa que podemos fazer é pensar que a extrema-direita nasce sozinha, que nasce só de certas condições sociais e económicas", atirou, acrescentando: "Têm uma liderança que é eficaz".

Rui Tavares considerou que "ter uma maioria de Esquerda é essencial". No entanto, ressalvou que "resolver o problema do extremismo e do extremismo de direita autoritário em Portugal não é um assunto só para a Esquerda". "Tem de ser um assunto em que haja um diálogo entre a Esquerda, o Centro e a Direita Democrática", elucidou.

Já no que diz respeito à posição do Livre, esclareceu: "Se houver maioria de Esquerda, somos parte da solução. Se houver maioria de Direita, somos parte da oposição".

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