Gitanas Nauseda reeleito presidente da Lituânia alerta para "navio frágil"

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Com mais de 90% dos votos contados, os resultados eleitorais indicam que Gitanas Naused foi reeleito para um segundo mandato com 74,6% dos votos.

A sua oponente, a primeira-ministra Ingrida Simonyte, obteve 23,8% dos votos. Simonyte, de 49 anos, assumiu a derrota e congratulou o presidente eleito da Lituânia.

A confirmarem-se estes resultados, o apoio a Nauseda será o mais expressivo no país desde que a Lituânia se separou da União Soviética, em 1991.

No poder desde 2019, Nauseda já tinha vencido a primeira volta das eleições a 12 de maio com 44% dos votos, menos dos 50% de que necessitava para uma maioria absoluta.

Os eleitores “deram-me um grande mandato de confiança e estou bem ciente de que terei de valorizar isso”, disse Nauseda, 60 anos.
Independência da Lituânia é um “navio frágil que devemos valorizar”
Estas eleições ficaram marcadas pelo tema da segurança do país, que teme ser o próximo alvo da Rússia. A nação báltica de 2,8 milhões de habitantes tem sido uma forte defensora da Ucrânia desde a invasão da Rússia em 2022. Por este motivo, mais de metade dos lituanos acredita que um ataque russo é possível ou mesmo muito provável.

Em Vílnius, Nauseda prometeu continuar a apostar no reforço da capacidade de defesa do país. “A independência e a liberdade da Lituânia são como uma embarcação frágil, temos de a preservar para evitar ruturas”, afirmou. De acordo com o Instituto Kiel, com sede na Alemanha, a Lituânia está entre os três principais países que mais têm apoiado a Ucrânia desde a invasão russa.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, foi um dos primeiros a felicitar o seu homólogo. “Você esteve ao nosso lado todos os dias e todas as noites durante estes anos tão difíceis”, escreveu Zelensky na rede social X.

“Agradeço o seu apoio sincero à Ucrânia e estou confiante de que, trabalhando em conjunto, garantiremos a liberdade, a paz e a segurança na Ucrânia, nos Estados Bálticos e em toda a Europa”, acrescentou.

Tanto Nauseda como Simonyte defendem o aumento dos gastos com defesa para pelo menos 3% do PIB da Lituânia, acima dos 2,75% planeados para este ano.


No entanto, o presidente conservador e a primeira-ministra divergem noutras questões, como na relação da Lituânia com a China e no reconhecimento legal das uniões de facto entre casais homossexuais, que Nauseda rejeita.

Segundo o chefe de Estado, tais uniões tornar-se-iam demasiado parecidas com o casamento, cuja celebração apenas é permitida pela Constituição lituana entre um homem e uma mulher.

Simonyte, antiga ministra das Finanças, assegurou, por sua vez, que caso fosse eleita, “o rumo do país — europeísta, pró-ocidental — não mudaria”. “Mas gostava que houvesse um progresso mais rápido, maior abertura e compreensão, mais tolerância para com as pessoas que são diferentes de nós”, afirmou.

O presidente da Lituânia desempenha um papel semi-executivo, que inclui chefiar as Forças Armadas, presidir ao órgão supremo de defesa e de segurança nacional e representar o país nas cimeiras da UE e da NATO.

O presidente define a política externa e de segurança em conjunto com o Governo, pode vetar leis e tem influência na nomeação de funcionários do Estado, como juízes, o procurador-geral, o chefe da Defesa e o diretor do banco central.

c/ agências

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