Glynn Simmons foi ilibado depois de ter estado preso quase 50 anos por um crime que não cometeu

9 meses atrás 85

Afro-americano, agora com 70 anos, passou grande parte da vida atrás das grandes, por ter morto a funcionária de uma loja de bebidas. Agora, um tribunal reconheceu que o homem nunca cometeu tal crime.

O sistema judicial americano é pródigo em casos de anulações de longas condenações (a maioria por homicídio) devido à apresentação de novas provas ou audição de testemunhas, que mudam o entendimento criminal das histórias. O mais recente caso é o de Glynn Simmons. O afroamericano, natural do estado do Oklahoma, e atualmente com sete décadas de vida cumpridas, passou 48 anos atrás das grades, a cumprir pena por um crime que não cometeu, conta o New York Times.

Simmons foi condenado, em 1975, por um crime de homicídio cometido durante um assalto a uma loja de bebidas. Esta terça-feira foi ilibado por uma juíza do Tribunal Distrital do Condado de Oklahoma. O tribunal descobriu “evidências claras e convincentes” de que o crime não foi cometido por Glynn Simmons.

O homem foi libertado sob fiança em julho depois de a mesma juíza ter aceitado anular o julgamento a pedido da procuradora distrital do condado de Oklahoma, que estava a rever o caso.

Norte-americano libertado após passar 28 anos na prisão por crime que não cometeu

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Simmons tinha 22 anos quando foi condenado por homicídio em primeiro grau num assalto a uma loja de bebidas em Edmond, no estado do Oklahoma, em dezembro de 1974. Em conjunto com Don Roberts, foi condenado por matar Carolyn Sue Rogers, uma funcionária que foi baleada na cabeça. Antes de Simmons e Roberts serem condenados, a polícia investigou Leonard Patterson e Delbert Patterson, dois irmãos que se tinham envolvido num outro homicídio.

Na base da condenação esteve o testemunho de uma mulher, que foi baleada durante o assalto à bebidas. No entanto, a testemunha contradisse, mais tarde, algumas das suas próprias declarações sobre o caso.

Inicialmente, Simmons e Roberts foram condenados à pena de morte, de acordo com a Procuradoria Distrital do Condado de Oklahoma. Mas as condenações foram alteradas de um tribunal ter considerado que, neste caso, a aplicação da pena de morte era inconstitucional. Don Roberts foi colocado em liberdade condicional em 2008.

De acordo com o Registo Nacional de Ilibações, Glynn Simmons foi a pessoa que passou mais tempo passou numa prisão norte-americana antes de ser inocentada. O advogado de Simmons afirmou, entretanto, que a decisão do tribunal abre o caminho para o homem receba até 175 mil dólares (cerca de 160 mil euros) de indemnização.

“É uma lição de resiliência”, disse Simmons durante uma conferência de imprensa após a decisão judicial. “Não deixem que ninguém vos diga que isto não pode acontecer, porque pode”.

Ler artigo completo