Goldman Sachs: pressão sobre comércio estagnou

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A consultora considera que os preços dos transportes tenderão a voltar ao normal nos próximos trimestres, mesmo que as rotas do Suez continuem impraticáveis.

As taxas de envio de contentores pela rota do Mar Vermelho continuam a subir, “como era esperado”, mas “mostram agora sinais de estagnação”, refere um research da Goldman Sachs. Depois de um pico sentido em janeiro, os últimos dias do mês são marcados pela estagnação. Há mesmo alguns operadores que baixaram os preços depois do pico de janeiro.

“Esperamos que as taxas praticadas nas rotas entre a Ásia e a Europa vão continuar a diminuir, numa altura em que o primeiro comboio de navios está de volta à China para recarregar”. A estagnação dos preços fica também a dever-se segundo a consultora, porque fevereiro é tipicamente um mês com menor fluxo de movimentação de mercadorias.

Mesmo assim, “esperamos que o mercado permaneça apertado e as taxas elevadas uma vez que a maioria dos navios, cerca de 80%, continua a desviar-se do Canal do Suez”. Para a Goldman Sachs, a tensão que levou ao desvio da rota do Suez vai manter-se e o mercado continuará a responder da mesma forma.

A interrupção dos movimentos normais dos transportes marítimos nas últimas semanas “irá provavelmente terá efeitos de segunda ordem na capacidade disponível: escassez temporária de alguns produtos e um maior congestionamento em alguns portos marítimos“. Na Europa, “as atuais perturbações rodoviárias e ferroviárias também poderão contribuir para um congestionamento e algum atrito nas cadeias de abastecimento de forma mais ampla” que o verificado até agora.

Ao mesmo tempo, especialmente na costa leste dos Estados Unidos, o problema coloca-se a dobrar, dado que à tensão no Canal do Suez junta-se o facto de a capacidade do Canal do Panamá estar cerca de 50% abaixo do normal para a época. De facto, o canal apresenta uma capacidade considerada pré-seca, o que impede o normal funcionamento da infraestrutura.

As taxas para a costa leste dos Estados Unidos aumentaram duas a três vezes, acrescentado custos que serão com certeza transferidos para os consumidores. Não são boas notícias para o combate à inflação – que o banco central, a Fed, está a enfrentar há cerca de dois anos.

“A boa notícia é que à medida que o ano avança, mesmo com o Suez a permanecer praticamente fechado, os altos níveis de novos entregas de navios (perto de 1% da capacidade global/mês deve reequilibrar o mercado nos próximos trimestres, reduzindo as taxas de frete em relação aos atuais níveis”, antecipa a Goldman Sachs.

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