Gonçalo Matias aponta a abstenção como uma das questões mais preocupantes

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Na próxima 2ªfeira, a Pordata apresenta um retrato da evolução histórica das eleições e da perceção dos portugueses sobre a política.

Gonçalo Matias, Presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos, foi o entrevistado do programa Conversa Capital – Antena 1/Jornal de Negócios, e revelou que existe um decréscimo constante da participação eleitoral.

Numa análise à participação política em eleições desde 1975, o Presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos aponta a abstenção como “uma das questões mais preocupantes e adianta que ao contrário do que se possa pensar, nos últimos 10 anos, a principal causa do aumento da abstenção foi o número de jovens que emigraram e não tanto a desatualização dos cadernos eleitorais.

Na próxima 2ªfeira, a Pordata apresenta um retrato da evolução histórica das eleições e da perceção dos portugueses sobre a política. Dessa análise e sem querer revelar o conteúdo do estudo, Gonçalo Matias realça o facto de “existir um decréscimo constante da participação eleitoral, sendo 2019 o pior ano, ao ficar abaixo dos 50% e sendo a principal causa, a partida para o estrangeiro de jovens que optaram, por uma vez lá fora, não se recensearem”.

Gonçalo Matias vê na apresentação do estudo, em plena campanha eleitoral, uma justificação para apelar ao voto e recusa qualquer tentativa de condicionar a campanha.

O Presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos defende que “não há uma crise de regime ou institucional” e argumenta que “os dados que têm sido compilados pela Pordata não revelam isso”.

“Os portugueses em geral, em media, até estão satisfeitos com a sua democracia. O que há, isso sim, é um descontentamento pontual com determinados comportamentos e em particular com a corrupção”, defendeu na entrevista. Sobre este aspecto, Gonçalo Matias, lembra um estudo já efetuado pela Portada, segundo o qual, para a população, e ao contrário do que pensam os políticos, não é suficiente que se cumpra a lei, “isso não basta, também é preciso que os políticos tenham um comportamento ético adequado”, diz.

Gonçalo Matias, fala ainda, a propósito das últimas manifestações das forças de segurança, que os estudos revelam que o grau de confiança dos portugueses nas forças de segurança e na instituição militar é mais elevado quando comparado com juízes ou políticos.

Nesta entrevista, o Presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos diz ainda que não há nenhum estudo que prove que há uma ligação entre o aumento da imigração e da criminalidade e por isso considera que “é fundamental dizer a verdade” e que “não pode haver manipulação dos medos”.

O Presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos fez as contas para concluir que o número de imigrantes em Portugal pode continuar a aumentar, uma vez que os 800 mil existentes correspondem apenas a 7% da população. No entanto defende que “esse aumento tem de ser feito de uma forma regulada para garantir dignidade a quem procura o país sendo que ao contrário do que se possa pensar, dos 118 mil imigrantes que o ano passado entraram em Portugal, 50% tinham a nacionalidade portuguesa”.

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