Governadores do BCE convictos em mais dois cortes nos juros este ano

3 horas atrás 19

Depois de Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, ter admitido que o Banco Central Europeu deve voltar a baixar as taxas de juro já em outubro, esta quarta-feira foi a vez do governador da autoridade monetária francesa e o da autoridade monetária grega passarem, novamente, essa mensagem ao mercado.

Francois Villeroy de Galhau, governador do Banco da França, afirmou esta quarta-feira a uma estação de rádio do país que é muito provável que o BCE proceda com o terceiro corte nas taxas de juro deste ano já na próxima reunião, indicando ainda um quarto alívio para dezembro. "Um corte é muito provável e não será o último [deste ano]. O ritmo vai depender da evolução da luta contra a inflação", admitiu Villeroy.

O governador do Banco Nacional da Grécia, Yannis Stournaras, partilha da mesma opinião e vê o BCE a continuar a cortar nos juros em 2025, à medida que a inflação continua numa trajetória descendente. "Mesmo que tenhamos um corte de 25 pontos base agora e outro em dezembro, vamos reduzir apenas para 3% - ainda em território altamente restritivo", afirmou numa entrevista ao Financial Times, publicada esta quarta-feira.

Stournaras admite que a inflação está a recuar a uma velocidade superior à antecipada em setembro pelo BCE e acredita que pode alcançar a meta definida pela autoridade monetária de 2% já na primeira metade de 2025. "Se a inflação continuar na sua trajetória descendente até à meta de 2%, por que não cortar em todas as reuniões?", indagou o governador.

No final de setembro, a presidente do BCE já tinha indicado um caminho de alívio da política monetária na próxima reunião. Christine Lagarde afirmou, perante o parlamento europeu, que a inflação estava a encaminhar-se para a meta definida pela autoridade monetária e que isso seria "tido em conta no próximo encontro de política monetária em outubro".

Os mercados, praticamente, já incorporaram dois cortes nos juros diretores até ao final do ano, indicando que os investidores preveem descidas consecutivas nas taxas de juro, tendo em conta a desaceleração do crescimento económico no bloco europeu – e a recessão que se espera para a economia alemã em 2024.

Ler artigo completo