Governo quer responsabilizar administrações hospitalares por listas de espera de cirurgias

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01 jul, 2024 - 18:40 • Manuela Pires

Até ao fim do mês, vão ser operados os 9.374 doentes oncológicos que estavam na lista de espera, diz o coordenador do Plano de Emergência para a Saúde.

O Governo quer responsabilizar administrações hospitalares pelas listas de espera de cirurgias, avançou esta segunda-feira o responsável pelo Plano de Emergência para a Saúde, Eurico Castro Alves, nas jornadas parlamentares do PSD, em Sintra.

O antigo presidente do Infarmed revela ainda que há muitos hospitais que escolhem os doentes a operar tendo por base questões economicistas.

“Vamos responsabilizar as administrações dos hospitais no sentido de serem eles os responsáveis pelas listas de espera do seu hospital. E vamos dizer que não podem operar doentes de patologia benigna deixando para trás doentes de patologia benigna porque era mais confortável. Aconteceu em muitos casos que por questões de economia, operavam-se aqueles doentes porque eram mais eficientes do ponto de vista económico”, revelou o responsável pelo Plano de Emergência para a Saúde, apresentado pelo Governo.

Outro tema que foi abordado foi o acesso às maternidades. Eurico Castro Alves diz que a situação agora está muito melhor e que, apesar de existirem ainda urgências encerradas, todas as mulheres estão a ser tratadas.

“Não há notícias de uma única mulher que tenha ficado por tratar, e que tenha tido a criança numa ambulância e há um ano havia notícias dessas”, disse Eurico Castro Alves.

Outra preocupação está relacionada com os médicos de família. O coordenador do Plano de Emergência refere que nos próximos dois anos a ideia é deitar “abaixo barreiras” que impedem a contratação de médicos reformados para poderem ingressar nos centros de saúde.

Eurico Castro Alves está otimista e confiante que dentro de um ano a cobertura nacional de médicos de família será muito alargada.

“Estou convencidíssimo que se o plano for cumprido, dentro de um ano vamos estar muito próximos de ter uma grande cobertura nacional no que respeita aos médicos de família”, disse o antigo presidente do Infarmed.

Situação dos doentes oncológicos resolvida até ao final do mês

Apesar da polémica dos números, Eurico Castro Alves começou por avisar que os doentes oncológicos que já tinham ultrapassado o tempo de espera para uma cirurgia eram, mesmo, em maio 9.374 pacientes.

O coordenador do grupo que elaborou o Plano de Emergência para a Saúde, anunciado há um pouco menos de um mês pelo Governo, garantiu que até ao final do mês de julho todos esses doentes já terão feito a cirurgia.

“Quero dizer-vos que a 14 de junho, dos 9.374 doentes, 5.600 já tinham sido operados. Estamos convencidos que até ao final de julho teremos todos esse doente tratado”, revelou Eurico Castro Alves aos deputados do PSD.

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O médico, que foi presidente do Infarmed, sabe que as listas de espera para cirurgia são dinâmicas, mas acredita que vai conseguir demonstrar que é possível reduzir essas listas.

“Vamos demonstrar, no fim deste mês, que estamos a conseguir tirar muito mais doentes da lista dos que aqueles que estão a entrar”, referiu.

Durante a sua intervenção, o coordenador do Plano de Emergência da Saúde revelou ainda que 98,8% dos doentes oncológicos foram operados no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que há muitos médicos que estão a preferir o público ao setor privado.

“Dos doentes que operámos, 98,8% foram operados no SNS. E até posso dizer mais, um dirigente da Associação dos Hospitais Privados disse-me que tem médicos que estão a avisar que não vêm trabalhar porque vão ficar a operar no setor público”, disse Eurico Castro Alves.

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