Greve de cantoneiros da Penha de França com adesão de 90%

7 meses atrás 64

Em declarações à Lusa, Nuno Almeida, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), explicou que os cantoneiros se concentraram cerca das 8h - hora de início de turno - junto às instalações da junta de freguesia e lá permaneceram até irem pela freguesia distribuir panfletos em que explicam porque estão hoje de greve.

"Houve uma grande adesão, cerca de 90% dos trabalhadores. Concentraram-se ao início do turno e depois, a meio da manhã, constituíram-se em quatro brigadas para ir distribuir cerca de mil panfletos pelas ruas da freguesia dando conta das suas razões para a greve e porque hoje não havia limpeza das ruas", disse o sindicalista.

Questionada pela Lusa, fonte da Junta de Freguesia da Penha de França revelou que os dados de adesão à greve de 24 horas se situam nos 67%.

Entretanto, os cantoneiros não voltaram às instalações da junta, segundo Nuno Almeida.

Em relação a perspetivas futuras, tendo em conta que a junta de freguesia não teve qualquer contacto com os cantoneiros ou com o sindicato, o representante adiantou ter sido "falado com os trabalhadores que no início de março irá ser realizado um novo plenário para saber da continuidade da luta".

"Se não houver inflexão por parte da junta, em última análise, poderá acontecer nova greve", avançou.

Apesar de a autarquia presidida por Sofia Dias (PS) já ter respondido a uma reivindicação anterior dos cantoneiros -- a integração de 10 trabalhadores com vínculo precário --, outras duas questões laborais continuam sem resposta e motivaram a greve entre os cerca de 40 trabalhadores.

"A primeira, o incumprimento do ACEP [Acordo Coletivo de Empregador Público], nomeadamente o descanso compensatório [folga] pelo trabalho em dias feriado, que era uma coisa acordada com a junta de freguesia e que até há um ano, ano e meio a junta cumpria. E depois, unilateralmente, deixou de conceder esse tal descanso", explicou Nuno Almeida.

Outra questão que ainda não está resolvida é o pagamento do suplemento de insalubridade e penosidade "também durante o período de férias", já que atualmente apenas é pago em referência a 11 meses.

"Aliás, isso é uma decisão assumida na Câmara Municipal de Lisboa e já em várias juntas de freguesia, e a presidente mantém-se irredutível e não quer assumir", salientou o sindicalista, lamentando que a junta da Penha de França continue a "desvalorizar os trabalhadores da limpeza e higiene urbana da freguesia".

No caso do subsídio de penosidade e insalubridade, o sindicato considera que a presidente Sofia Dias se baseia "em argumentos jurídicos infundados".

Na sexta-feira, numa resposta escrita a questões da Lusa sobre as reivindicações dos trabalhadores, a Junta de Freguesia da Penha de França apenas referiu que, "como transmitido às estruturas sindicais, de acordo com a legislação em vigor, o suplemento remuneratório de penosidade e insalubridade apenas pode ser atribuído por cada dia de trabalho efetivamente prestado em condições ambientais nocivas para a saúde dos trabalhadores, não estando, por isso, a Junta de Freguesia da Penha de França habilitada a atribuir o mencionado suplemento em período de férias".

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