Greve de farmacêuticos condiciona acesso a medicamentos hospitalares

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22 out, 2024 - 01:43 • Marisa Gonçalves

Farmacêuticos do SNS cumprem três dias de greve a partir desta terça-feira, em defesa de melhores condições salariais.

O presidente do Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF), Henrique Reguengo, antecipa alguns constrangimentos decorrentes da greve anunciada para no setor, desde logo, relacionados com o acesso às farmácias hospitalares. A paralisação de três dias começa esta terça-feira.

“Todos aqueles medicamentos de distribuição exclusivamente hospitalar e que os doentes, normalmente, vão à farmácia hospitalar buscar, obviamente que terão de lá ir num outro dia. Depois, há uma série de intervenções que nós fazemos desde a preparação, por exemplo, de fracionamento de medicamentos, até para cirurgias oftalmológicas. A quimioterapia vai sofrer atrasos consideráveis. Há sempre a preocupação com a continuidade daqueles doentes que não podem deixar de ter a sua terapêutica, mas tudo o resto vai sofrer atrasos significativos”, declara à Renascença.

Apesar dos serviços mínimos garantidos, Henrique Reguengo aponta “atrasos consideráveis” no setor.

Os farmacêuticos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) queixam-se de um impasse nas negociações com o Governo, no sentido de melhorar as condições salariais.

O presidente do sindicato critica ainda a “inação do Governo”, alegando que está a fazer com que os farmacêuticos se afastem do SNS.

"Vai deixar de ser um problema para os farmacêuticos e vai passar a ser um problema para o país e para os portugueses. Até agora, ainda tem havido profissionais para ir solucionando estes problemas e para ir trabalhando no SNS, mas neste caminho não há sequer motivação para que os quadros fiquem com o número de pessoas necessárias para nós podermos ser eficazes e eficientes”, afirma.

O responsável sublinha que a tabela salarial dos farmacêuticos data de 1999 e diz que “o poder político não é sensível” às preocupações da classe.

“Nós somos os únicos profissionais de saúde que não tiveram uma reestruturação da sua tabela remuneratória. Facto é que os farmacêuticos, embora sejam pouco visíveis na sociedade, aquilo que fazemos nas instituições, na sombra, salva vidas. Estava na altura de o poder político resolver estes problemas. Eu tinha esperança de que com uma ministra farmacêutica, eventualmente conseguíssemos chegar com mais facilidade ao resto do Governo, mas aparentemente não é assim”, acrescenta.

Os farmacêuticos do Serviço Nacional de Saúde vão estar em greve entre 22 e 24 de outubro.

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