Grupo Altice. Aberta investigação em França por suspeitas de corrupção

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Foto: João Marques - RTP

A Procuradoria-geral das Finanças francesa abriu uma investigação ligada ao grupo de telecomunicações Altice, por suspeitas de corrupção. A notícia foi avançada pela Bloomberg, esta sexta-feira, e surge meses depois da investigação em Portugal que resultou na detenção de Armando Pereira, que até ao ano passado tinha ligações à Altice França.

O inquérito preliminar foi aberto em setembro de 2023, devido a suspeitas de corrupção, branqueamento de capitais e ocultação destes crimes, na sequência da Operação Picoas que arrancou em Portugal no verão passado e que resultou na detenção do cofundador da empresa, Armando Pereira, também sócio e amigo de Patrick Drahi, maior acionista do grupo em França.

A investigação, conduzida pela Parquet National Financier, tem como alvo um alegado esquema financeiro em torno da Altice, detentora da Meo em Portugal, que terá lesado o Estado e o grupo empresarial em centenas de milhões de euros. Em França, a Altice é a empresa-mãe da operadora francesa SFR e dos meios de comunicação BFMTV e RMC.

De acordo com a Bloomberg, a abertura de um inquérito em França revela como a investigação em Portugal fez alastrar o escrutínio sobre a multinacional a outras localidades. A mesma fonte indica que Patrick Drahi tem estado a vender ativos, além de estar envolvido na possível venda da Altice Portugal.

O Ministério Público suspeita de uma "viciação do processo decisório do grupo Altice, em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência", que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva.

Estas suspeitas de corrupção, que ameaçaram o império de Patrick Drahi, levaram à suspensão de cerca de quinze funcionários, incluindo um gestor do grupo em França. Segundo a AFP, Drahi admitiu sentir-se “traído e enganado por um pequeno grupo de indivíduos” e assegurou que este escândalo “não teria impacto” nas finanças e nas previsões da Altice.

Facto é que, desde que foi lançada a operação em Portugal, a Altice suspendeu vários dos funcionários em altos cargos, não só em território nacional, mas também em França e nos Estados Unidos, tendo realizado auditorias internas em todas as geografias.

A Bloomberg recorda ainda que as autoridades portuguesas analisaram contratos com dezenas de fornecedores da Altice no país, tendo sido detetadas irregularidades, uma vez que alguns fornecedores portugueses também serviram a Altice em França. Esta investigação portuguesa levou o grupo a cortar relações com o diretor de compras nos EUA e genro de Armando Pereira, Yossi Benchetrit, e Alexandre Fonseca, presidente da Altice USA , também saiu da empresa.

c/ agências

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