Grupo de trabalho da AM Porto pergunta à Metro se há novo prazo para receber metrobus

2 horas atrás 20

O Grupo de Trabalho para Acompanhamento de Investimentos de Transporte Público da Assembleia Municipal do Porto (GT-AITP) perguntou à Metro do Porto se foi assumido um novo prazo para receber os veículos do metrobus, cuja entrega está atrasada.

"Tendo sido transmitido publicamente que a empresa encetou contactos com o fornecedor do material circulante com vista à antecipação dos respetivos prazos de entrega, foram formalmente assumidos novos prazos de entrega do material circulante? Se sim, quais?", pode ler-se numa pergunta que consta de um relatório hoje publicado no "site" da Assembleia Municipal.

O quinto relatório do GT-AITP refere que o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, pediu um parecer à estrutura da Assembleia Municipal "sobre a decisão a adotar relativamente à operação da linha de metrobus entre a rotunda da Boavista [Praça Mouzinho de Albuquerque] e a Praça do Império".

O grupo de trabalho entendeu, segundo o documento, que necessita de "informações adicionais da empresa Metro do Porto", uma das quais a referente aos prazos.

O GT-AITP questiona também a Metro do Porto se entre os períodos de "conclusão da via (outubro de 2024) e a entrega das viaturas em número suficiente para operarem (maio de 2025) procurou alternativas que garantissem, durante este período, o recurso a viaturas semelhantes".

Em julho, a Metro do Porto referiu estar a "trabalhar com o consórcio fornecedor no sentido de conseguir a antecipação da entrega de algumas unidades para o quarto trimestre deste ano".

Em 23 de agosto, a Metro do Porto anunciou que "a empreitada do metrobus" ficou terminada naquele dia, faltando "alguns acabamentos referentes à preparação das estações e a questões ligadas ao paisagismo e à jardinagem", mas o grupo de trabalho considera que, "ao contrário do que a empresa referiu, não ficou concluída" naquela data.

"Objetivamente, há, da parte da Metro do Porto, um incumprimento dos prazos previstos"

O grupo de trabalho questionou ainda a transportadora se "tem preparado plano(s) de contingência para o caso de, entregue o material circulante, não estar concluído o sistema de produção e de abastecimento de hidrogénio verde".

O GT-AITP relembra também que "o memorando de entendimento sobre o modelo de gestão" do metrobus ainda não foi assinado, "apesar de a empresa Metro do Porto o ter devolvido em 12 de agosto de 2024 ao município (havendo, da parte das duas instituições, diferenças de interpretação do respetivo Artigo 3.º face às condições que atualmente se verificam)".

O grupo de trabalho considera que, "objetivamente, há, da parte da Metro do Porto, um incumprimento dos prazos previstos" na obra, na entrega do material circulante e no sistema de produção e abastecimento do hidrogénio verde.

O sistema será instalado na estação de recolha da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) da Areosa, tendo fonte oficial da STCP dito à Lusa que o "auto de consignação foi assinado no passado dia 09 de agosto", pelo que desde essa data que "as obras podem arrancar de acordo com o cronograma definido pela Metro do Porto, que tem a total coordenação da empreitada".

O grupo de trabalho questiona ainda a STCP se a solução de utilizar a linha 203 (Marquês-Castelo do Queijo) pelo canal do metrobus enquanto não chegam os veículos a hidrogénio se traduz "em ganhos de tempo de circulação relativamente à atual situação", e quanto será esse tempo.

É também questionado se esses eventuais ganhos de tempo "permitem aumentar, com o mesmo número de autocarros, a frequência desta linha relativamente à que atualmente existe", bem como qual o número de utentes da 203 que utilizam as paragens que poderão ser suprimidas caso o serviço siga pelo canal do metrobus, e quais as distâncias a percorrer até à estação de metrobus mais próximas.

O metrobus do Porto será um serviço de autocarros a hidrogénio que ligará a Casa da Música à Praça do Império (obra quase concluída) e à Anémona (na segunda fase) em 12 e 17 minutos, respetivamente.

Os veículos definitivos do serviço custaram 29,5 milhões de euros. Já a empreitada do metrobus custa cerca de 76 milhões de euros.

Ler artigo completo