Há cada vez mais jovens com cancro de cabeça e pescoço

1 mes atrás 74

São cada vez mais jovens os doentes com cancro da cabeça e pescoço. Uma nova realidade que traz dificuldades no diagnóstico - que acaba por acontecer tarde demais para um tratamento mais simples e para garantir a sobrevivência.

O alerta é do IPO do Porto neste que é o Dia Mundial dedicado à doença.

Anualmente, em Portugal, são identificados entre dois mil a três mil casos, num tipo de cancro normalmente associado a doentes com idades entre os 50 e 60 anos e com hábitos tabágicos e de consumo de álcool.

No entanto, há uma mudança de paradigma, explica Claudia Araújo, médica cirurgiã do IPO do Porto, à Renascença, apontando para a "infeção por HPV e, também, a alguns fatores ambientais".

"É preciso alertar para isto, porque, como não é o doente óbvio, o atraso do diagnóstico faz-se sentir, particularmente, porque ninguém imagina que um jovem de 20 ou 30 anos com uma lesão, por exemplo, na cavidade oral que não cicatriza, não é o primeiro diagnóstico que pensamos. Não pensamos num diagnóstico de malignidade", refere.

A especialista avisa que, se uma lesão deste tipo persistir para lá de 23 semanas, "é preciso avançar" para um biopsia, sem medo de "pecar por excesso". E, por isso mesmo, sublinha a importância do diagnóstico precoce.

Já Tiago Cabral, médico otorrinolaringologista e cirurgião da cabeça e pescoço no Instituto Português da Face, destaca, à Renascença, a importância do autoexame, para um diagnóstico precoce deste tipo de cancro, "à semelhança do que se passa, por exemplo, no cancro da mama, em que é recomendado que se faça o autoexame, no cancro do lábio e da boca é exatamente a mesma coisa".

"Pelo menos uma vez por semana estarmos em frente ao espelho com uma boa iluminação e, no fundo, observarmos e apalpamos todo o nosso lábio de dentro, de fora, a parte da bochecha. Apalpamos a língua, vermos a língua. Apalpamos a parte de baixo da boca que nós chamamos de pavimento, o céu da boca que nós chamamos de palato, vemos, no fundo, as amígdalas, a parte da da úvula, que é aquela campainha pequenininha que está no fundo nossa boca e depois, por fim, fazer uma palpação do pescoço à procura de gânglios aumentados", descreve o especialista.

Tiago Costa explica que o Cancro da Cabeça e Pescoço engloba uma série de cancros que são localizados em zonas próximas, com sintomas e tratamentos "em comum".

"O cancro da do lábio, da boca e da língua, das cordas vocais, cujo termo científico será laringe, da garganta ou, neste caso, o termo científico seria faringe, e depois do nariz, os seios paranasais e ouvido e glândulas salivares", são alguns dos exemplos listados pelo médico.

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