Halo, a tecnologia que parece telepatia, vai ser empresa independente da Unbabel

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A empresa especializada em tradução esteve esta quarta-feira a mostrar ao ministro da Economia como funciona a solução que já está a mudar a vida de doentes com esclerose lateral amiotrófica em Portugal. O CEO, Vasco Pedro, revelou aos jornalistas que há fundos internacionais interessados, portanto será uma ‘spin-off’ até ao final do ano.

A empresa portuguesa Unbabel vai criar uma startup independente só para a tecnologia que apresentou durante a Web Summit, que é caracterizada como “comunicação silenciosa” ou “telepatia”. O Halo, que permite às pessoas comunicar com o pensamento, será uma spin-off da tecnológica ainda este ano.

“Estamos a começar a preparar a framework legal de como irá acontecer. Ainda há algumas questões a resolver, porque há muitas colaborações [solução foi criada em consórcio]. Como é que se articula isto de modo a ter uma entidade independenbte com recursos próprios? A apetência do mercado está cá. Está na altura de o Halo fazer o seu caminho”, afirmou esta quarta-feira o CEO da Unbabel, Vasco Pedro, ao Jornal Económico e ao Observador.

O Halo, inspirado na história de vida de Stephen Hawking, captou a atenção de fundos internacionais em novembro, quando foi apresentado no palco da Altice Arena. O plano é que esta tecnologia, até ao final deste ano, se torne uma startup autónoma e angarie financiamento para crescer a nível internacional. A futura spin-off ainda não tem nome, mas a designação deverá estar relacionada com o nome do produto (“Halo”).

O vice-presidente de Inovação da Unbabel e responsável pelo consórcio explicou que a empresa se encontra a explorar os contactos espontâneos que teve de investidores depois da Web Summit 2023.

“Este produto utiliza as tecnologias da Unbabel, de linguagem, mas não está muito relacionado com o nosso fundamental. É o que chamamos de projeto moonshot, algo que tem um risco muito grande. Não sabemos se vai funcionar inteiramente, portanto faz sentido ser desenvolvido autonomamente”, disse ainda Paulo Dimas, em declarações às jornalistas.

A solução digital, que une Inteligência Artificial aos movimentos cerebrais, permite que alguém com elevadas dificuldades motoras envie mensagens ou converse com alguém sem precisar de falar ou escrever. Neste momento, apesar de ainda ser um protótipo – criado no âmbito do consórcio Center for Responsible AI, financiado pelo PRR – já está a ser utilizado por um doente com esclerose lateral amiotrófica.

O objetivo é ter o produto em casa de três famílias portuguesas ainda durante o primeiro trimestre.

“A primeira família, a do Luís, está a começar a utilizar. Até ao fim do projeto, em 2025, pretendemos ter um conjunto de famílias – inicialmente pensámos em cinco, mas vamos conseguir mais, porque o projeto está a avançar a um bom ritmo – e chegar ao universo de doentes em Portugal. Existem em Portugal umas largas centenas com esclerose lateral amiotrófica”, lembra Paulo Dimas.

A Unbabel, que é especializada em tradução, esteve esta tarde a demonstrar ao ministro da Economia, António Costa Silva, como funciona esta solução digital, na sede em Lisboa.

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