Hamas apela à proteção da OMS contra "tropas sionistas" de Israel

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O comunicado do Hamas, que controla o enclave palestiniano, foi difundido na sequência do cerco dos soldados israelitas contra o maior hospital de Gaza, Al Shifa, no norte da cidade de Gaza, no qual um número desconhecido de pessoas foi morto.

"O fracasso da comunidade internacional e das Nações Unidas em tomar medidas contra o Exército de ocupação (Israel) deu-lhes luz verde para continuarem a guerra de genocídio e limpeza étnica que estão a cometer contra o nosso povo, um dos pilares da qual é a destruição de instalações médicas na Faixa de Gaza", acrescenta o comunicado do movimento palestiniano.

O Ministério da Saúde de Gaza alertou que a vida dos 30 mil deslocados que se refugiam no hospital "está em perigo" e que os bombardeamentos provocaram "pelo menos cinco mil feridos".

Ao início da manhã, as tropas israelitas cercaram pela quarta vez o centro hospitalar Al Shifa.

As Forças Armadas de Israel alegam que fontes dos serviços secretos forneceram informações sobre a presença de alegados "altos funcionários do Hamas" no complexo onde "levam cabo atividades terroristas".

Israel afirma que a operação militar está conforme "o direito internacional" que proíbe expressamente o ataque a instalações de saúde a menos que sejam utilizadas pelo inimigo "para cometer atos prejudiciais".

Pelo contrário, o Hamas acusa que os soldados israelitas de "atacaram diretamente o hospital sem se preocuparem com os doentes, o pessoal médico e as pessoas deslocadas".

Para o Hamas, estes "crimes da ocupação" e a "guerra de extermínio em curso" contra toda a população de Gaza não podem ser interpretados como uma vitória do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

Alaa Al-Samun, médico do hospital, disse à imprensa local palestiniana que está preso na sala de emergência com os pacientes e que a sala está danificada por "estilhaços de mísseis".

"Os ocupantes israelitas informaram-nos que só nós, os médicos, os feridos e os doentes nos cuidados intensivos podemos permanecer no hospital", disse Al-Samun.

O Ministério da Saúde de Gaza lamentou que o Exército de Israel esteja a forçar os civis, já deslocados pelo menos uma vez, a evacuar o hospital e a mudar-se para uma chamada zona segura em Al-Mawasi, com 20 quilómetros quadrados.

Desde dezembro, existe na área um acampamento de tendas improvisado para milhares de palestinianos que vivem agora em condições precárias.

"A fim de preservar a vossa segurança, as Forças de Defesa de Israel exortam-vos a retirar imediatamente para oeste, através da rua Al-Rashid, e a dirigir-se para sul, para a zona humanitária de Al-Mawasi", indicam folhetos distribuídos hoje pelo Exército israelita aos habitantes de Gaza que se abrigam no hospital.

As instalações hospitalares estão afetadas desde 02 de março, embora ainda disponham de material médico, água e alimentos para os pacientes, como referiu o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom.

A primeira grande operação de Israel no início da invasão de Gaza, no final de outubro do ano passado, foi a invasão do hospital, após alegações de que um túnel sob o hospital continha um "centro de comando do Hamas", uma alegação que Israel nunca provou de forma conclusiva.

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