Hamas diz não saber "quem está vivo ou morto" entre os reféns de Gaza

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"Não sabemos exatamente quem entre eles está vivo ou morto, morto pelos bombardeamentos [israelitas] ou pela fome", afirmou Bassem Naim, entrevistado no Cairo. "Os prisioneiros estão detidos por numerosos grupos em diferentes localizações", explicou.

A libertação dos reféns israelitas raptados a 7 de outubro e que ainda permanecem em Gaza está intimamente ligada a um cessar-fogo no enclave, com a incerteza sobre o seu destino e estado de saúde a dominar as negociações.

A imprensa israelita diz que o governo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, estará a exigir ao Hamas uma lista rigorosa dos reféns retidos em Gaza e que recusou enviar uma delegação ao Cairo, para a mais recente ronda de conversações, por esta exigência ainda não ter sido cumprida.

O Hamas responsabiliza Israel pelas dificuldades em conseguir tais informações.

"O cessar-fogo é necessário para podermos levar a cabo" a verificação "quanto ao pedido relativamente aos nomes, ao número" dos reféns e se estes estão "vivos ou mortos", explicou o dirigente do Hamas, de acordo com a AFP.

Bassem Naim duvida ainda da veracidade do pedido de tal lista. "A questão quanto aos detalhes sobre os prisioneiros não foi mencionada em nenhum documento ou proposta durante o processo de negociações", afirmou.

Cerca de 250 pessoas foram raptadas do sul de Israel e levadas para Gaza durante a invasão sem precedentes liderada pelo Hamas em outubro, a qual causou oficialmente 1.160 mortos israelitas.


Uma trégua em novembro permitiu a libertação de cerca de 100, por troca de 240 prisioneiros palestinianos detidos nas prisões de Israel. As autoridades israelitas acreditam que 130 dos reféns permanecem ainda em Gaza, 31 dos quais terão morrido.

Os reféns têm sido usados como moeda de troca para deter a ofensiva militar israelita lançada depois de 7 de outubro, para destruir as infraestruturas do Hamas em Gaza, e que em quase cinco meses fez 30.500 mortos no enclave, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas.

Os países mediadores, o Egito, o Qatar e os Estados Unidos, têm procurado estabelecer uma nova trégua antes do mês do Ramadão, que se inicia no próximo domingo.

O Hamas exige a retirada completa de Israel e o cessar-fogo definitivo antes de qualquer acordo sobre a libertação dos reféns. Israel exige a libertação destes para firmar qualquer compromisso.

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