"Já expressámos a nossa posição sobre a ideia de uma trégua temporária na guerra, que só servirá para retomar a agressão mais tarde", explicou o alto funcionário do movimento islamista palestiniano Taher al-Nounou.
O Hamas só apoia "um fim permanente - não temporário - da guerra", sublinhou.
Representantes da Casa Branca norte-americana estão hoje a caminho de Telavive para falar com as autoridades israelitas sobre o fim das guerras de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza e contra o Hezbollah no Líbano.
Mantendo a pressão militar, o exército israelita realiza entretanto ataques incessantes no território palestiniano sitiado de Gaza, na sua fronteira sul, e no sul do Líbano, na sua fronteira norte, segundo fontes locais.
A ofensiva israelita em Gaza foi lançada em resposta a um ataque realizado a 07 de outubro de 2023 contra Israel pelo Hamas palestiniano.
No dia seguinte e em apoio do Hamas, o grupo xiita libanês Hezbollah abriu uma frente contra o vizinho israelita tendo, em setembro, os tiroteios transfronteiriços degenerado numa guerra aberta.
A poucos dias das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para 05 de novembro, e num contexto de esforços acelerados para um cessar-fogo, os responsáveis da Casa Branca Amos Hochstein e Brett McGurk visitam Israel para discutir "uma solução política" no Líbano e "formas de pôr fim ao conflito em Gaza", segundo o Departamento de Estado.
Segundo o jornal Israel Hayom, os norte-americanos esperam chegar a um acordo-quadro nos próximos dias, enquanto os líderes israelitas querem neutralizar o Hezbollah nas regiões fronteiriças do sul do Líbano, responder aos seus ataques com 'rockets' e permitir o regresso de cerca de 60.000 pessoas deslocadas no norte do Líbano.
Relativamente à guerra em Gaza, uma fonte ligada às negociações disse à agência de notícias francesa AFP, sob a condição de não ser identificada, que os mediadores vão propor ao Hamas uma trégua de "menos de um mês".
A proposta resulta de negociações em Doha entre o chefe da Mossad, a agência israelita de informação externa, David Barnea, o diretor da congénere norte-americana CIA, Bill Burns, e o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed Al Thani, acrescentou.
Há vários meses que os Estados Unidos, o Qatar e o Egito tentam chegar a uma trégua das hostilidades, acompanhada da libertação dos reféns.
A mesma fonte acrescentou que os responsáveis norte-americanos acreditam que, se for possível chegar a um acordo a curto prazo, este poderá conduzir a um outro, mais vasto e permanente.
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