Talibãs calam (ainda mais) as mulheres. Nem se podem ouvir rezar entre si

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O regime talibã deu mais um passo no Afeganistão para calar as mulheres: esta semana, proibiu as mulheres de se ouvirem umas às outras enquanto rezam.

Segundo o que explicam as publicações internacionais, o ministro da Propagação da Virtude e Prevenção do Vício, Mohammad Khalid Hanafi, declarou que as mulheres se devem abster o Alcorão na presença de outras mulheres.

"Quando as mulheres não estão autorizadas a fazer o 'takbir' ou o 'athan' [chamada islâmica para a oração], não podem certamente cantar canções ou música", afirmou o responsável no sábado.

"Mesmo quando uma mulher reza e outras passam por ela, a primeira não deve rezar alto o suficiente para que elas ouçam. Como é que podem ser autorizadas a cantar se nem sequer é permitido que elas ouçam as suas vozes [entre mulheres] enquanto rezam, quanto mais para qualquer outra coisa", disse o ministro, citado pela publicação The Daily Telegraph.

Ainda segundo as declarações de Mohammad Khalid Hanafi, a voz de uma mulher é considerada 'awrah', o que significa que não se pode ouvir em público, mesmo por outras mulheres.

Esta proibição deverá ser "implementada gradualmente", e dois meses depois de regras do regime talibã ditarem que as mulheres têm de ficar caladas em público - uma medida criticada pela comunidade internacional, tendo na altura a União Europeia dito que estava "chocada" com a situação.

Já em agosto, a lei talibã deu 'luz verde' também para outras restrições, que defendeu como uma forma de "prevenir vícios". Segundo os mesmos responsáveis, as mulheres devem também cobrir todo o corpo na presença de homens que não sejam da sua família, por forma a evitar "tentações".

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