Hidrogénio é solução? Emblème é a resposta da Renault

2 horas atrás 21

Além da cadeia cinemática híbrida — a bateria e pilha de combustível a hidrogénio —, o Emblème mostra-nos o que esperar visualmente dos próximos Renault.

Na batalha para reduzir as emissões e atingir a neutralidade carbónica, a Renault antevê um futuro elétrico que inclui não só as baterias como também a pilha de combustível a hidrogénio (fuel cell). Ambas as tecnologias são combinadas no novo concept Renault Emblème.

Só que para alcançar os 90% de redução das emissões dos gases de estufa do berço ao fim de vida (cradle to grave) que a Renault anuncia para o Emblème — comparativamente a um veículo equivalente construído hoje —, é preciso mais que esta cadeia cinemática híbrida.

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O concept recorre a materiais reciclados e naturais, componentes reutilizados, energia renovável para os métodos de produção com recurso a energia renovável, entre outros. Contas feitas, o Emblème do berço ao fim de vida emitirá apenas cinco toneladas de CO2e (CO2 equivalente).

Baterias + pilha de combustível a hidrogénio

O Renault Emblème é elétrico — motor traseiro com 160 kW (218 cv) —, mas recorre a duas fontes de energia para o alimentar.

A primeira é uma bateria com química NMC (níquel, manganês, cobalto) e 40 kWh de capacidade; enquanto que a segunda é uma pilha de combustível a hidrogénio de 30 kW com uma eficiência máxima de 60% (suportada por um tanque de hidrogénio com 2,8 kg de capacidade).

Não é a primeira vez que vemos a Renault explorar este tipo de solução. Em 2022 mostrou o Scenic Vision, que recorria a uma cadeia cinemática idêntica:

A combinação das duas soluções permite atenuar um dos grandes problemas dos elétricos atuais: autonomias longas só com baterias gigantes e pesadas, que levam muito tempo a carregar.

A Renault não avança com números definitivos, mas diz que a bateria razoavelmente pequena do Emblème já permite fazer algumas centenas de quilómetros, suficientes para as necessidades do dia a dia. A pilha de combustível adiciona 350 km e, ao contrário de uma bateria, não precisa de muito tempo para reabastecer o tanque de hidrogénio: menos de cinco minutos basta.

Combinando as duas fontes de energia, a Renault garante que o Emblème consegue percorrer uma distância de 1000 km tão rápido como um carro a combustão. Isto porque deixa de ser preciso parar para carregar a bateria e os dois reabastecimentos previstos de hidrogénio são tão rápidos como encher um depósito de gasolina ou gasóleo.

Além disto tudo, o recurso a estas duas tecnologias permite também mitigar o peso excessivo que caracterizam aos elétricos. É certo que os 1750 kg anunciados não fazem deste protótipo de 4,8 m de comprimento um peso pluma, mas sempre são várias centenas de quilos a menos relativamente a elétricos a bateria equivalentes.

É inclusive cerca de 100 kg mais leve que o Scenic 100% elétrico, que é mais de 30 cm mais curto.

Novo design da Renault

Os olhos também comem e para mostrar as virtudes desta solução tecnológica, a Renault integrou-a numa shooting brake de aspeto desportivo, mas sem esquecer as responsabilidades familiares.

Trata-se mesmo da estreia de uma nova linguagem de design, caracterizada por linhas curvilíneas combinadas com outras mais vincadas de caráter técnico, a que se juntam novos elementos gráficos (como as óticas) que se inspiram no símbolo losangular da Renault.

Além do novo estilo, a Renault realça a eficiência como um dos pilares da nova linguagem de design, o que se traduz em apuro aerodinâmico, sendo anunciado um Cx de 0,25 (menos que os 0,29 do Megane, por exemplo).

Ainda não há imagens do interior, mas o Renault Emblème será revelado publicamente no Salão de Paris, que abre portas no próximo dia 14 de outubro. Por enquanto, não há previsões que este concept antecipe diretamente um modelo de produção.

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