"É uma necessidade que nós sentimos, vai aumentar muito a nossa capacidade. Eu diria que uma grande parte da nossa atividade de ambulatório já é feita no exterior por falta de capacidade", sublinhou.
Em entrevista à Lusa, Domingos Sousa adiantou que está em causa um investimento superior a 41 milhões de euros, que permitiria reduzir em muito a contratualização que o Hospital de Braga atualmente está obrigado a fazer com o exterior, por falta de capacidade de resposta.
O presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) de Braga lembrou que o atual hospital foi projetado há muitos anos e que, entretanto, a população alvo cresceu e as valências aumentaram.
Segundo o responsável, essa nova unidade integrará cinco salas de bloco operatório de ambulatório, hospital de dia, consultas de grupo, consulta de oncologia e gabinetes de consulta externa.
O bloco de ambulatório terá cinco pisos e capacidade para 10 mil cirurgias por ano.
"Queremos aumentar a nossa capacidade de ambulatório a nível de blocos operatórios, para sermos mais ativos e resolutivos nessa questão", acrescentou.
Domingos Sousa afirmou que o bloco "está no plano de investimentos" da ULS, mas ainda não há quaisquer previsões para o avanço da obra.
No plano de investimentos da ULS de Braga está também a compra de dois angiógrafos, aparelhos próprios para efetuar exames radiográficos aos vasos sanguíneos, de um robô cirúrgico e um aparelho de tomografia axial computorizada (TAC).
De acordo com o presidente do Conselho de Administração da ULS de Braga, há ainda um investimento, já contratualizado com o município de Braga, para a criação e requalificação das unidades de saúde do concelho até 2026.
A ULS de Braga é constituída pelo Hospital de Braga e pelos dois agrupamentos de saúde do Cávado, servindo cerca de 318 mil utentes dos municípios de Amares, Braga, Póvoa do Lanhoso, Terras de Bouro, Vieira do Minho e Vila Verde.
Conta com um total de perto de 4.500 profissionais, dos quais cerca de 1.600 são enfermeiros e 1.200 médicos.
Neste momento, e segundo Domingos Sousa, há 2.000 utentes sem médico de família, uma situação que diz que estará ultrapassada em inícios de julho, com o alargamento da unidade de saúde familiar de Tebosa, em Braga.
Em termos de listas de espera cirúrgica no Hospital de Braga, as especialidades mais críticas são oftalmologia, ortopedia e otorrinolaringologia.
Já em termos de consulta externa, as especialidades de dermatologia, ortopedias e oftalmologia são as que registam mais doentes em lista de espera.
Leia Também: Fica sem estômago por causa de 'falso' cancro. Hospital de Braga explica