HRW aponta abusos da polícia e ataque à liberdade de imprensa em Angola

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"As forças de segurança angolanas estiveram implicadas em abusos graves dos direitos humanos, incluindo uso de força excessiva desnecessária contra manifestantes pacíficos, intimidação e detenção arbitrária de ativistas", lê-se no relatório.

Entre os casos denunciados, estão taxistas detidos durante um protesto contra as restrições da covid-19, execuções extrajudiciais e a morte de taxistas numa manifestação contra a subida dos preços dos combustíveis.

A HRW criticou ainda a detenção de vários ativistas ligados a movimentos cívicos, bem como impedimentos à realização de manifestações.

Desalojamentos e demolições forçadas são outras das preocupações da ONG, que destaca ainda as "leis draconianas" usadas pelas autoridades para reprimir e intimidar os jornalistas, bem como abusos das forças policiais contra migrantes e vendedores ambulantes.

A organização destacou ainda a forma pacífica como decorreram as eleições, em que o atual Presidente, João Lourenço, renovou o seu mandato, apesar "das graves restrições à liberdade de expressão e de reunião" e acesso limitado à informação devido à censura nos órgãos estatais e privados controlados por pessoas ligadas ao partido do poder -- Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).

No que diz respeito às desigualdades de género, que se mantêm em Angola, a HRW realçou, no entanto, que o país registou progressos significativos quanto ao número de mulheres em cargos ministeriais e posições de relevo após as eleições, incluindo no cargo de vice-presidente de Angola e presidente da Assembleia Nacional, sendo mulheres a controlar 10 dos 28 ministérios.

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