"Humaniza". O apoio a doentes em fim de vida

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Desde que foi criado, há cinco anos, o programa "Humaniza", que visa melhorar a qualidade de vida dos doentes em cuidados paliativos, já apoiou mais de 56.400 pessoas, entre doentes em cuidados paliativos (25.294) e familiares (31.196).

Os doentes são, na sua maioria, pessoas com mais de 80 anos que sofrem de cancro e os familiares são, sobretudo, cuidadores.

Bárbara Gomes, assessora científica do programa, da Fundação la Caixa, diz que “cerca de 70% sofrem de doença oncológica e a esmagadora maioria tem uma doença avançada, com um prognóstico de vida previsto de menos de dois anos".

"Os seus familiares são, na grande maioria, mulheres, mais jovens do que os doentes, sendo que um terço destes familiares são cuidadores principais, mas também apoiamos membros da família mais alargada."

A assistência é dada através da intervenção de 11 equipas de apoio psicossocial e cinco de apoio domiciliário, incluindo uma pediátrica, em Coimbra. Atuam em hospitais, nas casas dos doentes e em lares de terceira idade.

“Temos equipas recetoras em 19 hospitais e, recentemente, alargamos a atuação das equipas a ERPIs, estruturas residenciais para pessoas idosas, e lares. Neste momento, respondemos a 29 destas instituições” explica Bárbara Gomes.

As equipas são constituídas por psicólogos e assistentes sociais com formação e experiência no terreno em cuidados paliativos, e o seu âmbito de atuação é variado, “tanto proporcionam apoio psicológico como intervenção de psicoterapia para ajudar o doente e a família a enfrentar a doença” adianta.

Já os assistentes sociais ajudam a dar resposta às necessidades sociais, práticas, das pessoas doentes. E atuam, ainda, a um nível mais indireto: “estas equipas também apoiam os profissionais de saúde, que acompanham os doentes, por exemplo, em temas complexos como a comunicação de más notícias e a gestão do stress” e ainda, enfatiza, “outro âmbito importante destas equipas passa por dar resposta aos aspetos espirituais, que são bastante importantes nesta fase de doença avançada. Permitem à pessoa doente e aos seus familiares enfrentarem o mais serenamente possível este processo final com o máximo de respeito pelas crenças e convicções de cada um”.

Estas equipas - que funcionam em coordenação com o Ministério da Saúde - podem ser encontradas em hospitais do SNS, casos do São João, no Porto, Matosinhos ou o Santa Maria em Lisboa, mas também nos lares da Santa Casa da Misericórdia do Porto.

A investigadora, que estuda este tema há vários anos fez, recentemente, um estudo sobre o impacto do programa Humaniza na qualidade de vida dos doentes e concluiu que “a intervenção dos profissionais destas equipas ajuda, efetivamente, a melhorar a qualidade de vida dos doentes. Observamos, nomeadamente, uma diminuição dos níveis de pressão e de ansiedade sentidos pelos doentes”.

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