A ‘novela’ da fusão entre a Avangrid, subsidiária da Iberdrola nos Estados Unidos e da holding de energia, PNM Resources, dura há três anos e termino esta terça-feira, com o cancelamento da fusão entre as duas empresas.
A empresa espanhola de distribuição de gás e energia, Iberdrola, colocou um fim à possível fusão entre a sua subsidiária norte-americana, a Avangrid, e a PNM Resources, uma holding de energia com sede no estado do Novo México (EUA), devido ao incumprimento das condições estabelecidas para o encerramento da operação, segundo avança o jornal ‘Cinco Dias’.
Em 2020, a Iberdrola, que detém 81,5% da Avangrid, assinou um acordo de fusão com a americana PNM Resources. No entanto, em dezembro de 2021 as autoridades de concorrência tomaram a decisão unanime de vetar a transação, tendo por base da sua decisão a batalha judicial da empresa espanhola contra o Estado de Maine pela construção de uma linha elétrica entre os Estados Unidos e o Canadá.
O presidente da Iberdrola, Ignacio Sánchez Galán, foi chamado a testemunhar perante o Supremo Tribunal por supostos crimes de suborno ativo, contra a falsificação de documentos comerciais. No entanto, o juiz arquivou o caso em 2022 por considerar os que os supostos crimes já tinham prescrito.
A Iberdrola iniciou uma batalha judicial contra a autoridade da concorrência do Novo México perante os tribunais deste Estado, aos quais recorreu da decisão. Contudo, o prazo que foi estipulado inicialmente para concretizar a transação expirou no início de janeiro de 2022, embora tanto a Iberdrola como a PNM Resources tenham concedido duas prorrogações para renegociar os termos da transação que expirou a 31 de dezembro.
Em causa está a valorização da PNM em bolsa, que fechou dia 31 de dezembro a negociar nos 41,6 dólares, tendo o preço caído mais de 10% desde que a fusão foi anunciada, estando 17% abaixo dos 50,3 dólares por ação que a Iberdrola ofereceu para pagar.
A recusa dos americanos em ajustar o preço da transação e o surgimento de novas oportunidades para a Iberdrola crescer nas energias renováveis justificaram a recusa da transação. A empresa recebeu seis mil milhões com a venda do negócio mexicano e vai poupar 11 mil, que de acordo com o plano estratégico planeava investir na PNM, e que pode agora investir em novas operações fora do Novo México.
A Avangrid pretende continuar a concentrar-se nas suas “fortes oportunidades de crescimento”, com mais de nove mil milhões de dólares garantidos em projetos durante o seu período de aprovação. “ Vamos concentrar-nos na entrega de mais de cinco mil milhões de dólares em projetos de capital ao abrigo dos nossos planos tarifários plurianuais de Nova Iorque e Maine, além de um aumento de dois mil milhões de dólares em projetos de capital relacionados com a transmissão de energia limpa em Nova Iorque”, revela a empresa em comunicado.
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