IL critica "pacto de regime" contra a Justiça e pede tranquilidade

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"Nós estamos a viver uma semana em que tem havido pouco bom senso da generalidade dos atores políticos. Isso é verdade para várias declarações do senhor Presidente da República e eu incluo também nessa dimensão esta sugestão do senhor presidente da Assembleia da República porque não há uma competência do presidente da Assembleia da República que lhe permita, enquanto tal, chamar a senhora Procuradora-Geral da República", respondeu Rui Rocha aos jornalistas à margem de uma iniciativa partidária na Costa da Caparica, em Almada.

Segundo o presidente liberal, uma eventual audição de Lucília Gago passará sempre por uma iniciativa dos partidos.

"Vir o senhor presidente da Assembleia da República fazer essa sugestão parece-me descabido e parece-me que não acrescenta grande coisa porque a senhora Procuradora-Geral da República, por iniciativa de um dos partidos, vai prestar esclarecimentos genéricos ou teria que vir falar sobre questões concretas dos casos que preocupam os portugueses. Isso parece-me uma intromissão indesejável no principio da separação de poderes", condenou.

Rui Rocha afirmou que há "uma espécie de pacto de regime" que o preocupa já que, apesar de haver motivos para críticas, há uma "confluência de interesses no sentido de pôr em causa a credibilidade da Justiça".

"Parece-me um pacto de regime que não aproveita à Justiça seguramente portanto eu começo a perguntar-me o que é que move este bloco central no sentido de questionar a Justiça", apontou.

Na opinião do líder da IL, Lucília Gago "tem uma reflexão" uma vez que não lhe parece ser "inocente esta profusão de declarações quer do presidente da Assembleia da República quer do Presidente da República sobre o maquiavelismo existente" ou mesmo do PS.

"Há dois desafios: a Justiça tem que ser mais eficaz, os erros da Justiça são sempre lamentáveis quando são cometidos, mas tem que haver tranquilidade nos partidos", pediu.

Para Rui Rocha, "não é atacando a Procuradora, fazendo comentários públicos sobre a sua atuação, atacando a Justiça que os cidadãos ficarão mais tranquilos".

BE, PCP, Livre e PAN defenderam na véspera a audição da procuradora-geral da República (PGR) no parlamento sobre a atuação do Ministério Público, insistindo na necessidade de explicações, hipótese que o Chega considerou inadequada.

Estas posições foram assumidas na Assembleia da República, em declarações aos jornalistas, depois de o presidente do parlamento, José Pedro Aguiar-Branco, ter considerado na sexta-feira, em entrevista à Antena 1, que Lucília Gago deve prestar explicações ao parlamento sobre os processos que provocaram crises políticas.

Em causa estão investigações do Ministério Público como as que levaram à queda do executivo anterior, liderado por António Costa, e do governo da Madeira, chefiado por Miguel Albuquerque, provocando em ambos os casos eleições antecipadas.

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