IL quer crescer, mas está "disponível". Não é, contudo, "clone" do PSD

4 meses atrás 61

Sem os óculos e a barba que o caracterizavam, o presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, garantiu, esta terça-feira, que "a visão para Portugal é a mesma". O liberal assumiu não conhecer a proposta da Aliança Democrática (AD), que voltou a juntar o Partido Social Democrata (PSD), o CDS – Partido Popular, e o Partido Popular Monárquico (PPM), mas assegurou estar "disponível para encontrar uma solução de governação para o futuro de Portugal". Ressalvou, no entanto, que a IL não é "nem clone, nem herdeira" dos sociais-democratas.

Questionado quanto à possibilidade de ficar para a história como o responsável pela perpetuação do Partido Socialista (PS) no poder, Rui Rocha ‘contra-atacou’, tendo argumentado que "nunca ouvimos ninguém fazer essa pergunta ao Bloco de Esquerda, ou ao Partido Comunista Português, ou ao Livre". É que, na sua ótica, estes partidos "assumiram que apresentam as suas ideias e os seus candidatos".

"Porque é que no espaço não socialista há essa menorização das propostas políticas de outros partidos que não sejam o PSD? A IL não é um partido nem clone, nem herdeiro, nem descrito sobre o PSD. É um partido com a sua autonomia estratégica", disse, em entrevista ao programa da CNN Portugal ‘Decisão 24’.

E acrescentou: "Aquilo que espero é que a IL cresça, e tenho a convicção profunda de que vai crescer. Se por acaso não for possível derrotar o PS, não será porque a IL não cresceu. Espero que a AD encontre o seu caminho, que consiga cativar um determinado eleitorado e que, com isso, possa contribuir para derrotar o PS. Se o PS não for derrotado, não é porque a IL não fez o seu trabalho. É porque outros não fizeram o seu trabalho."

O responsável, que assumiu não conhecer a proposta da coligação de Direita, ressalvou que a "IL estará absolutamente disponível para encontrar uma solução de governação para o futuro de Portugal", caso essa hipótese seja colocada em cima da mesa.

"Estaremos disponíveis para qualquer cenário, seja ele um acordo de incidência parlamentar, seja ele governação, sendo que estamos preparados para assumir a governação", disse.

Rui Rocha apontou, contudo, que o país precisa de um primeiro-ministro liberal mas, "face às opções disponíveis, uma solução em que o PSD seja a liderança é a mais adequada para Portugal".

Tensão com Carla Castro? "Na minha opinião, um quinto lugar é elegível"

No que diz respeito à turbulência sentida dentro do partido, o liberal equacionou que a IL "é, provavelmente, [aquele] que tem princípios mais democráticos de todo o espetro político", sendo que "há, seguramente, pessoas que queriam que a IL caminhasse num sentido diferente".

"O entendimento dos membros da IL é que o caminho era este e, depois, manifestam esse descontentamento. Tenho de respeitar, mas isso não define [o partido]", considerou.

Referindo-se ao caso da deputada Carla Castro, que decidiu "não aceitar o convite" de integrar o sétimo lugar, "eventualmente quinto ou sexto", da lista pelo círculo eleitoral de Lisboa, o responsável indicou ter havido apenas "uma diferença de opinião".

"Na minha opinião, um quinto lugar é elegível, um sexto vou fazer tudo para que seja elegível, e vou lutar muito para que consigamos eleger um sétimo deputado em Lisboa. Por outro lado, obviamente que há um critério de seleção das pessoas que integram as listas, e esse critério tem a ver com a capacidade de as pessoas trabalharem em equipa, com competência demonstrada, com confiança política, e tenho a obrigação de fazer uma seriação daquilo que é o posicionamento das pessoas da lista", explicou.

Acima de tudo, Rui Rocha disse ambicionar que o partido ultrapasse o atual número de oito deputados, não tendo estabelecido como objetivo, para já, ficar à frente do partido de extrema-direta Chega.

"A IL entrou no mercado político com a consciência de que isto é uma caminhada longa, em que temos a ambição de crescer de forma robusta. Queremos, sobretudo, que as nossas ideias façam o seu caminho e que tenhamos um crescimento do ‘score’ eleitoral", concretizou.

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