IL tocou bombo nas ruas de Lisboa sem medo de ativistas

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Eleições legislativas 2024

28 fev, 2024 - 22:37 • Filipa Ribeiro

A acção mais animada da campanha dos liberais aconteceu em Lisboa. Rui Rocha deu conselhos sobre o melhor bitoque da capital e no dia manchado pela tinta verde de Montenegro, afirmou não ter medo dos ativistas.

IL vai a Lisboa respirar eleitores sem medo de ativistas

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Ao sétimo dia o homem descansa, ao quarto dia de campanha a Iniciativa Liberal (IL) aumenta a comitiva e faz barulho nas ruas de Lisboa. "Eu gosto muito de bombos, bombos e era esse contacto, a festa e alegria com as pessoas [que queria]", diz Rui Rocha.

O líder da IL sublinha ainda assim que os tempos de campanha calmos, como os últimos três dias, "fazem parte". Acompanhado por três dos quatro deputados eleitos pelo círculo de Lisboa, em 2022 - João Cotrim Figueiredo, Bernardo Blanco, Rodrigo Saraiva (só faltou Carla Castro, que abandonou o partido) - Rui Rocha desceu do Campo Pequeno ao Marquês de Pombal de sorriso no rosto e com um passo mais acelerado do que o toque dos bombos. Liderava dezenas de bandeiras azuis da Iniciativa Liberal, mas conteve-se no contacto com quem se cruzava nas ruas.

Uma das primeiras paragens foi o restaurante "O Moisés", onde é já um cliente habitual. O à vontade fez com que se colocasse do lado de dentro do balcão e dissesse que é neste restaurante que se come "o melhor bitoque", cumprimentou mais pessoas na sala e seguiu por entre as bandeiras.

Junto à praça Duque do Saldanha tinha mais apoiantes do partido à espera. Apoiantes especializados na medida da Iniciativa Liberal sobre IRS, como a proposta de uma taxa única de 12% deste imposto.

Na mão de um desses liberais estava um "tablet" com um simulador de IRS que comparava quanto é que se poderia ganhar com a medida da IL e perder com a medida do PS. Para exemplificar apareceu Martim Vidigal, um jovem consultor de 23 anos que se aproximou de Rui Rocha. A simulação foi feita com um salário de 1.600 euros, o valor escolhido pelo jovem Martim Vidigal. "O imposto que pago com o PS são 237 euros e o imposto que pago com a IL são 127 euros", disse a olhar para o "tablet". Rui Rocha sublinhou que "são 100 euros de diferença", entre as duas propostas de PS e IL.

Eram sobretudo os mais jovens que procuravam o líder da Iniciativa Liberal. Já na descida para o Marquês de Pombal, dois estudantes pediram uma "selfie" com Rui Rocha. Enzo Felner, estudante de Economia, pediu ao amigo André Ferreira que segurasse no telemóvel para tirar a fotografia. No momento para mais tarde recordar, André Ferreira confessou a Rui Rocha que o amigo Enzo, que o estava a abraçar, estava a fazer um trabalho sobre a Iniciativa Liberal. "Estás a fazer mal ou bem o trabalho?" perguntou o líder da IL, que se confessou satisfeito por haver jovens a estudar o partido."Os jovens são a preocupação da IL", disse.

Enzo Felner tem 18 anos, vai votar pela primeira vez este ano e é quase 99% certo que o faça na IL. Já o amigo não confessou o voto, revelou apenas que está a fazer um trabalho idêntico na escola sobre o partido Livre.

O contexto de festa, como o de hoje, poderá repetir-se na campanha da Iniciativa Liberal, de acordo com Rui Rocha, que admite ainda ter ações mais calmas como reuniões com entidades de diversas áreas.

A caminhada em tom de corrida foi simpática para a Iniciativa Liberal que, de acordo o líder do partido, espera "aumentar em 50% os resultados" em Lisboa. Ou seja, se em 2022 foram eleitos quatro deputados liberais na capital, para as eleições legislativas de 10 de março a meta será a eleição de pelo menos seis. E se não conseguir? Rui Rocha diz que "lidará com os resultados".

Dia manchado de verde e uma IL sem medo de ativistas

O balde de tinta verde atirado ao líder do PSD, na BTL - Bolsa de Turismo de Lisboa, marcou o dia também na campanha da Iniciativa Liberal. Ainda durante uma reunião na União das Misericórdias, o líder do partido fez uma publicação sobre o assunto na rede social X. À saída, aos jornalistas, considerou o episódio "lamentável, condenável e intolerável" falando de um ato que "tem como objetivo limitar e colocar em causa a democracia", disse.

Rui Rocha acrescentou que está solidário com Luís Montenegro e assegurou não temer os ataques dos ativistas pelo clima, mesmo sabendo que um dos pontos por onde vai passar nos próximos dias vai ser a BTL, local próximo ao que foi palco do protesto. "Não nos deixamos condicionar na nossa liberdade na IL, era o que falta estar agora a ceder a intimidações, a ser condicionados na nossa vida, era o que faltava que este tipo de ações condenáveis pusessem a democracia refém dessas atuações, era mesmo o que faltava", disse.

No entanto, o líder da Iniciativa Liberal agradeceu que o primeiro-ministro, António Costa, tivesse oferecido os seguranças da PSP aos líderes políticos, sublinhando que não iria recorrer à ajuda.

Alterar legislação do aborto? IL não concorda e acredita que PSD também não

Depois do vice-presidente do CDS, Paulo Núncio, ter defendido um novo referendo à lei do aborto, Rui Rocha diz que a transformação que quer é "para o futuro e não no sentido do passado". Para o líder da Iniciativa Liberal, o quadro legal atual "é adequado" e acrescenta: "Não quero mais um país onde as mulheres são perseguidas, ou fazem atos na clandestinidade".

A defesa de um referendo saiu de um vice-presidente de um dos partidos que está na Aliança Democrática com quem a Iniciativa Liberal não fecha a porta a negociações para a formação de Governo, a 11 de março. No entanto, Rui Rocha não está preocupado. "Tenho a certeza absoluta que por parte do PSD e do seu líder Luís Montenegro não haverá nenhuma viabilização de uma pretensão nesse sentido", disse.

Antes da arruda pelas ruas de Lisboa, esta quarta-feira começou com mais uma reunião à porta fechada, desta vez com o presidente da União das Misericórdias, Manuel Lemos, que apresentou a Rui Rocha um repto igual ao que tem apresentado a outros partidos. No final da reunião, o líder da IL indicou que os dois tinham falado sobre habitação no sentido da formação de acordo para que a União das Misericórdias ajudasse a resolver os problemas no sector. "Desta reunião saiu uma ideia de parceria pública-social para começar a resolver problemas da habitação", disse sem aprofundar o tema.

Na reunião falou-se ainda sobre pobreza, que de acordo com Rui Rocha resulta da falta de capacidade do PS.

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