Impedir acesso de jornalistas a Gaza permite "florescimento da desinformação", afirmou Guterres

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"Uma guerra de informação aumentou o trauma da guerra em Gaza -- obscurecendo os factos e transferindo a culpa. Negar a entrada de jornalistas internacionais em Gaza está a permitir o florescimento da desinformação e de narrativas falsas", referiu o diplomata português, através da rede social X.

É difícil obter informações em primeira mão sobre o que se passa na Faixa de Gaza, uma vez que Israel impediu a imprensa internacional de entrar no enclave palestiniano desde o início da guerra, há seis meses.

Na semana passada, o Governo israelita avançou ainda com a proibição da estação televisiva Al Jazeera emitir no país, `media` que tem forte presença e vários jornalistas na Faixa de Gaza.

A Associação da Imprensa Estrangeira (AIE) em Israel, que representa os jornalistas que cobrem o país e os territórios palestinianos ocupados, solicitou hoje ao governo israelita um acesso independente à Faixa de Gaza.

"As restrições ao acesso independente para a imprensa a uma zona de guerra durante tanto tempo não têm precedentes em Israel. Isto coloca dúvidas sobre o que Israel não quer que os jornalistas estrangeiros vejam", considerou o grupo, em comunicado, realçando que "seis meses [sem acesso] é demasiado tempo".

A AIE especificou que os dirigentes israelitas negaram por várias vezes os seus pedidos de entrada no território ocupado, argumentando com a segurança e a logística.

"Entretanto, os jornalistas palestinianos na Faixa de Gaza têm enfrentado sofrimento e ameaças sem precedentes enquanto cobrem as histórias com valentia", avançou a AIE.

Segundo dados do Comité para a Proteção dos Jornalistas, nestes seis meses de ofensiva israelita já foram mortos no enclave palestiniano 95 jornalistas, quase todos palestinianos.

O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades.

Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou mais de 33.000 mortos, segundo o Hamas, que governa o pequeno enclave palestiniano desde 2007.

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