Eleições europeias
07 jun, 2024 - 15:42 • Ana Fernandes Silva
Pedro e Leonor vão percorrer mais de 400 quilómetros, no domingo, até chegar à embaixada de Portugal, em Oslo, sem nenhuma certeza se irão conseguir votar para as europeias.
"Nunca pus a questão de não votar".
Leonor Ribeiro de Almeida tem 25 anos e está de visita à Noruega, desde o passado sábado. Pela primeira vez, vai votar fora de Portugal. Assim que percebeu que o voto antecipado não fazia parte do leque de opções, Leonor começou a tentar perceber quais os passos a seguir para quem vota fora da União Europeia.
"Cheguei até a enviar um e-mail ao consulado na Noruega", conta, mas a resposta que obteve não foi esclarecedora: "a pessoa que me respondeu ao e-mail simplesmente me encaminhou para um link, ao qual já tinha tido acesso, na pesquisa feita anteriormente".
Apesar das dúvidas, Leonor confessa à Renascença que "não queria deixar este acontecimento de lado".
"Eu sempre cumpri o meu direito de voto", sublinha, lamentando que possa não conseguir fazê-lo agora.
A informação que Leonor foi encontrando nas plataformas digitais foi escassa e pouco esclarecedora, "para aquilo de que precisava especificamente".
As mesmas dificuldades foram sentidas por Pedro Bertolucci, de 26 anos, que vive há oito meses em Trondheim, uma cidade que fica a mais de 400 km de Oslo, capital da Noruega.
"Se quisermos votar temos de nos dirigir à capital, o que é mesmo muito incómodo", revela.
Pedro partilha a sua experiência na busca por informação acerca do voto para as europeias. Está recenseado em Portugal e pela primeira vez, tal como Leonor, vai votar fora do país.
"A informação, na minha opinião, não é muito clara, porque [nas páginas oficiais] dizia apenas que poderíamos votar no Consulado em Oslo, mas não é fácil perceber se podemos marcar uma hora ou se podemos aparecer e votar".
Acrescenta ainda que "até trocar e-mails também não é muito fácil, porque a informação que recebemos não é concreta, basicamente remetem para os sites e 'perguntas feitas'", conta.
Pedro e Leonor vão arriscar, com muitas dúvidas, fazer mais de seis horas de viagem, no domingo, até chegar à embaixada de Portugal, em Oslo, sem certezas se irão conseguir votar para as europeias.