“Instabilidade fiscal e regulamentar preocupa-nos”, diz CEO da Norfin

3 meses atrás 48

“Este faz e desfaz de governos sucessivos, com certeza com as melhores intenções, cria um ecossistema de investimento que não é muito confortável”, adianta o CEO da gestora de ativos imobiliários ao Jornal Económico desta sexta-feira.

O mercado imobiliário continua com os preços elevados, e não se sabe quando vão baixar. O Executivo da Aliança Democrática tem implementado algumas mudanças no que visa a habitação e construção, mas ainda pouco se sabe. Em entrevista ao Jornal Económico, que faz capa na edição desta sexta-feira, o CEO da Norfin, Francisco Sottomayor, afirma que um dos desafios do mercado imobiliário é a “instabilidade”, garantindo existir outro de extrema importância.

“Para quem pensa numa lógica de investimento, a estabilidade é muito importante. Esta instabilidade, do ponto de vista fiscal e regulamentar, preocupa-nos. Este faz e desfaz de governos sucessivos, com certeza com as melhores intenções, cria um ecossistema de investimento que não é muito confortável e essa é uma área de preocupação”, adiantou Francisco Sottomayor na edição em papel do Jornal Económico.

O segundo desafio, embora menos falado mas que afeta a promoção imobiliária, “é a capacidade de produção”. “Durante a última crise financeira, Portugal perdeu uma parte relevante da sua capacidade produtiva. As empresas, as grandes construtoras nacionais tiveram que encontrar negócio lá fora. Tenho medo que não haja capacidade como país para entregarmos tudo aquilo que haveria capacidade para fazer”, sustenta.

“Neste momento há uma visão, julgo que partilhada, de que este desequilíbrio no mercado residencial tem que ser combatido. Mas se o Estado vai drenar uma boa parte da capacidade construtiva para as obras públicas, mais difícil será de resolver esse problema. Se o Estado arranca com a obra pública em grande volume, vai haver um problema de capacidade que leva a um problema de inflação e de preços. É uma questão de oferta e procura. Estamos a tentar encontrar algumas soluções, mas é uma das preocupações que vemos, não no imediato, mas a médio prazo”, apontou o CEO da gestora de ativos imobiliários.

Ler artigo completo